A mordomia da influência

Texto: Romanos 14:7-8

 

Introdução

O que mais ouvimos em nossos dias é a reclamação do direito à vida. “A vida é minha e eu faço o que quiser”. Esse é o grito de milhares de pessoas que dizem não ter pedido para nascer, mas já que nasceram agora são donas de suas de suas vidas e realmente fazem o que querem. Não sei quantos, que nos ouvem, já tomaram conhecimento de nossa responsabilidade como mordomos. Jesus falou sobre o assunto contando a parábola do mordomo infiel. “Havia certo homem rico que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua mordomia; porque já não podes mais ser meu mordomo. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; quem é injusto no pouco também é injusto no muito” Lucas 16:1,2 e 10. Ser mordomo é ser administrador de coisas que pertencem a outrem. Na verdade, tudo que existe no mundo tem um dono, aquele que fez todas as coisas é o dono e nós estamos aqui para administrar, inclusive a vida, que pertence a Deus, pois um dia seremos chamados para prestar contas de tudo que recebemos do Senhor. E muitos receberão a advertência do mordomo infiel que estava dissipando os bens de seu senhor. O apóstolo Paulo reconheceu que Deus é o legitimo dono de todas as coisas, e nos chama atenção para a mordomia da influência. Em nosso viver, estamos influenciando e sendo influenciados. Por isso há pessoas que defendem a teoria de que somos produto do meio. A influência pode ser negativa mas também positiva. Newton, era cientista e em suas pesquisas descobriu que misturando elemento A mais elemento B poderia acontecer uma grande explosão e fez assim a bomba de Newton. Fizeram os testes e deu certo. Newton descobriu como explodir o mundo, mas não era essa sua intenção. Os americanos fizeram uso da bomba de Newton e acabaram com as cidades Japonesas de Hiroxima e Nagazaki, milhões de pessoas morreram e até hoje nascem pessoas com problemas que foram causados pela bomba de Newton. Assim acontece com filmes, novelas, literatura pornográfica….os autores morrem, mas a influencia negativa permanece no mundo. Naturalmente, o que é bom também influencia mesmo depois da morte do autor. Foi por isso que Paulo escreveu estas linhas, nos alertando para uma área importante da mordomia cristã, a mordomia da influência.

I- Características da Influência

1- Inevitabilidade: O ser humano é um ser social, para o desenvolvimento de sua personalidade, precisa viver com outras pessoas. E nesse contacto que temos uns com os outros, exercemos influência e somos influenciados; isso acontece inconscientemente, é parte natural da vida. Podemos comparar a influência com as ondas do rádio; cada pessoa tem seu aparelho receptor (o rádio) e ouve notícias de longe; as ondas são invisíveis, mas entram em nosso rádio. Assim, cada passo, cada atitude nossa cruzam a atmosfera social em que nos movemos e a cada instante alguém está captando as ondas de nossa influência. Por o apostolo do Senhor, usado pelo Espírito Santo, disse que ninguém vive para si mesmo e nenhum morre para si mesmo. Jesus nos ensinou que, não se pode esconder uma cidade edificado sobre um monte… de igual modo, deve resplandecer a nossa luz diante dos homens, para que vejam as nossas boas obras e glorifiquem o Pai que está no céu. (Mat. 5:14-16). Em outras palavras, Jesus estava dizendo que nossa influência é inevitável. 2- Durabilidade: Nossa vida é curta aqui na terra, os apóstolos disseram que é como um vapor que aparece e logo desvanece ou como a erva do campo que hoje existe e amanhã seca-se e morre. Devemos, porém, vive-la de tal maneira que nossa influência se prolongue pelas gerações seguintes. O homem não deve deixar de viver quando morre, e sim, continuar vivendo ainda mais intensamente nas vidas abençoadas pela sua influência positiva. Paulo foi um homem que viveu dessa maneira e até hoje somos influenciados por seus ensinos. Vejam o que a Bíblia diz de Abel: “Pela fé, Abel, depois de morto ainda fala” Hebreus 11:4. Por gerações, a vida de Abel tem sido e continuará sendo um grande sermão para todos nós. Ele nos ensinou a dar as primícias a Deus. Que diferença a vida de Jorão, rei de Israel:”E ele se foi, sem deixar saudades” II Crônicas 21:20. Todos influenciaram pessoas, Paulo e Abel de forma positiva e Jorão de forma negativa. Tenhamos responsabilidade, pois daremos contas de nossa mordomia, pois é inevitável e dura para sempre.

II- Retratos de Jesus

 

Não conhecemos a fisionomia de Jesus, Ele nunca passou aqui em carne. Mas Ele é conhecido através daqueles que o receberam pela fé. Por isso Paulo escreveu dizendo que nós somos a carta de Cristo, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, conhecida e lida por todos os homens, II Cor. 3:2. “Nós temos a mente de Cristo” I Cor. 2:16b. Sadhu Sundar Sing, o grande cristão na Índia foi visitar certo Pastor em Londres. A criada perguntou a quem devia anunciar, Sadhu Sundar Sing, disse ele. A menina não conseguiu gravar o nome e dirigindo-se ao escritório do pastor disse: Está aí um senhor que deseja vê-lo. Como se chama, indagou o pastor. Ela disse> Desculpe-me, mas não consigo lembrar o seu nome, mas é um homem muito parecido com Jesus Cristo. Ele reproduziu em sua vida a vida de Cristo. Um outro missionário foi às selvas africanas e estava contando a uma tribo de índios que Jesus ensinava, curava os enfermos, fazia muitos milagres. Os índios ouviam silenciosamente. Ao terminar o culto, dirigiram-se ao missionário e disseram: Jesus já esteve aqui e morou conosco. O missionário pediu que o descrevessem, e logo compreendeu que se tratava de um missionário médico que ali estivera a anos passados. Imitava Jesus de tal maneira que os índios o confundiram com o próprio Cristo. Como tem sido nossa vida? O que as pessoas pensam de nós? Aqui entra mais uma vez o que a maioria das pessoas pensa da vida. “A vida é minha e eu faço o que quero”. A vida não é sua, mas você pode fazer o que quer, sabendo que um dia será chamado a dar contas de tua mordomia. “Não erreis: de Deus não se zomba, o que o homem semear, isso também ceifará”. Há muitas pessoas que não querem ser cobrados, preferem não saber a verdade, pois assim vivem “mais tranqüilos”. Hoje há pessoas que procuram se esconder no meio da multidão. E quanto maior a multidão melhor para viver no pecado. Só que Deus nos chamará pelo nome. Um dia vai acontecer o que aconteceu com a mulher que sofria de hemorragia a 12 anos. No meio de uma grande multidão, tocou em Jesus sem que ninguém percebesse. Mas Jesus sentiu e disse: Alguém me tocou. Os discípulos questionaram. Mas ela tremula, teve que confessar que havia tocado em Jesus.

III- Esferas da influência

Todos exercem influência, uns mais e outros menos; de acordo com o circulo de nossas relações. A nossa responsabilidade é grande e nossas oportunidades também. Temos que alargar o círculo de nossa vida, para exercer influência positiva sobre as pessoas com quem convivemos. Estamos diariamente em vários lugares: 1- No lar. No lar somos o que realmente somos. No lar vivemos a vida real, no lar se conhece o verdadeiro crente, no lar o numero de pessoas é pequeno, mas é onde ficamos a maior parte de nosso tempo. É indispensável que cuidemos dos nossos, pois são tesouros que o Senhor colocou em nossas mãos para cuidar. Lamentavelmente, muitas pessoas, são diferentes fora de casa, pois colocam uma mascara para sair, para ir à Igreja, etc. Muitas vezes, como pastor fiz elogio alguém e no final do culto o cônjuge me procurou para dizer: O senhor não sabe como fulano é em casa. A vida cristã deve ser tal, que não haja diferença. Não devemos ser maldizentes, irritadiços, e profanos no lar. Seus vizinhos sabem o que se passa. E cristianismo não é uma capa que se veste para ir a Igreja. Cristianismo é vida com Jesus. É confundir-se com Jesus. Não sei se todos conhecem a história do menino que queria morar na Igreja. Um menino certa vez disse à sua mãe: Mamãe, vamos morar na Igreja. Por que meu filho? Porque aqui papai é tão bom! 2- Na escola. Quantas pessoas entregam sua vida a Cristo por causa do testemunho de um colega de classe. Na escola temos oportunidade para falar de Cristo aos colegas, mas também de viver o evangelho de Jesus Cristo. Enquanto muitos filam, você precisa ser honesto! 3- Nos negócios. Uma das formas de influência é através da pontualidade em nossos negócios. Pagar as contas em dia ou conversar com o credor é ponto positivo em nosso testemunho. Há pessoas que não compreendem o evangelho e dizem: Negócio é negócio, religião à parte. Hipócrita! Sepulcro caiado! Se a religião não servir para mim, não serve para mais ninguém; não adianta pregar o evangelho aos outros. Para o mordomo cristão tudo é sagrado, porque tudo pertence a Deus. 4- Na Igreja. Nossas atitudes no culto estão influenciando outros. Você percebe isso quando uma criança sai, todas querem sair. Quando uma fica conversando, todas começam conversar. A reverencia, a participação nos trabalhos, a liberalidade em contribuir, tudo isso levará alguém a nos imitar. Se você valoriza sua Igreja, outros estão aprendendo, se você é negligente nas atividades, outros farão o mesmo. Se você é dizimista seus filhos e outros irmãos estão aprendendo. Cuidado com roupas também é importante. (Pr. Oliveira disse que 100% de sua Igreja é dizimista. 50% entrega a Deus e 50% entrega ao diabo, pois ninguém usa o dinheiro que pertence a Deus. Se você não entrega a Deus o diabo lhe toma). Na Igreja precisamos desenvolver a humildade, ter um coração pronto para compreender os outros, amar as pessoas com seus defeitos. A Bíblia diz que devemos amar e não encontrei ainda que devemos esperar amor dos outros. 5- Na sociedade. O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher indroduz na farinha até que tudo fique levedado… nossa missão é introduzir o evangelho na sociedade até que fique levedada. Não podemos viver isolados, mas influenciá-lo. Jesus viveu sem pecado, embora estivesse entre os pecadores. O mundo carece de pessoas que vivam a vida de Cristo.

Conclusão

Somos mordomos da influência e temos todas as condições para influenciar o mundo que jaz no maligno e vai de mal a pior. “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor”.

Pr.Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org
 

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