O estado intermediário

Texto: Lucas 16:22-23



Introdução

Nessa última semana tivemos um dia separado para os finados, muitos foram para os cemitérios porque criou-se uma expectativa diante do estado que se encontram os mortos. Dois de novembro é o dia dos sepulcros caiados, flores e velas. Mas devia ser um dia de profunda reflexão. Reflexão sobre a brevidade da vida, sobre o estado dos mortos e de busca de respostas aos nossos questionamentos. Sabemos o que a Bíblia ensina sobre o estado do espírito ao entrar na eternidade. Ele entra, como vimos, a desfrutar a bem-aventurança ou a sofrer o tormento e com isso, todavia não terminamos o nosso estudo e essa não é a ultima palavra sobre o assunto. Haverá ainda a ressurreição. Primeira ressurreição que farão parte os salvos e a segunda destinada aos perdidos. Enquanto, porém, não chegar o momento, de o espírito entrar em junção com o seu corpo, deixado pela morte, aguardará ele desencarnado, consciente, no gozo ou no tormento, a realização desse fenômeno – a ressurreição. Onde receberemos corpos incorruptíveis, à semelhança do corpo de Jesus ressurreto. De estado intermediário chamamos o intervalo entre a morte e a ressurreição, e o estado que o espírito consciente mantém durante esse tempo.

I- O que dizem as escrituras sobre o assunto


Saber o que dizem as escrituras sobre o estado intermediário e sobre a condição do crente e do ímpio nele, é necessário. A Bíblia nos ensina mui claramente que o homem não recebe o seu corpo logo após a morte física, e que o estado intermediário é aquele que vai da morte física até a ressurreição. Encontramos em o Novo Testamento a palavra hades, que tem o mesmo significado da palavra Sheol, no Antigo Testamento e o termo Além em nossa língua portuguesa. O sentido é além, lugar dos mortos, paraíso ou céu para os salvos e inferno para os perdidos. 1- A condição dos justos no além tumulo. A Bíblia afirma a existência consciente tanto do justo como do ímpio, depois da morte, mesmo antes da ressurreição. No estado intermediário a alma está sem o corpo, contudo, este estado é para o justo um estado de consciente gozo, e para o ímpio, um estado de consciente sofrimento. a)- “E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. No Hades, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe Abraão e a Lázaro em seu seio” Lucas 16:22,23. b)- Enquanto pregado na cruz, disse Jesus ao ladrão: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” c)- “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre desse tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” II Cor. 5:1. d)- “Por que de ambos os lados, estou em aperto, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” Fil. 1:23. e) “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou prepara-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também” João 14:1-3. f)- “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó; Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos” Mateus 22:32. Isso prova que os justos vivem e estão conscientes. g)- “Se Cristo está em vós, o corpo está morto, por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça” Rom. 8:10. h)- E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar os que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. E clamaram com grande voz, dizendo: até quando, óh soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um deles cumpridas vestes brancas e foi-lhe dito que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que se completasse o numero de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles o foram” Apoc. 6:9-11. i)- “Bem aventurados são aqueles que desde agora morrem no Senhor: Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham” Apoc. 14:13. Estas citações mostram que os espíritos dos salvos estão em repouso e abençoados. Num exame destes textos podemos estabelecer os seguintes fatos: 1- Depois da morte física o crente vai imediatamente para o lugar preparado por Jesus e ali estará em plena consciência e gozo. Quando o crente fecha os olhos nesse mundo, abre-os no céu. “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus” Rom 8:38,39. 2- O estado dos justos é de muito gozo. Estas são as palavras do apostolo Paulo: “Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nos há de ser revelada” Rom 8:18. E ainda o apostolo João: “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito; para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os acompanham” Apoc. 14:13. 3- Notemos, finalmente, que este estado intermediário não é final, porque durante o tempo entre a morte física e a ressurreição o justo não tem corpo. Escrevendo aos Filipenses o apóstolo Paulo revela grande desejo de chegar a ressurreição dos mortos, isto é, aquele dia em que há de receber o seu corpo glorificado. Os ensinos da Bíblia sobre a ressurreição dos mortos mostram que o estado intermediário não é o estado final. Embora os salvos estejam com Jesus, em pleno gozo de suas faculdades, em um estado felicíssimo, ainda estão sem corpo. E a ressurreição vem nos fazer completos, dando-nos nosso corpo incorruptível a semelhança do corpo de nosso Senhor. Para nós acontecerá no arrebatamento da Igreja. “Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro, depois nós, seremos arrebatados juntamente com o Senhor nas nuvens”. 2- A condição do ímpio no além tumulo. Os trechos que falam da condição dos ímpios depois da morte não são tão numerosos quanto aos que encontramos a respeito da condição dos justos. Porem, os que temos são suficientemente claros para que não nos reste dúvida alguma sobre o assunto. a)- A Bíblia diz que eles estão em prisão. “No qual também foi e pregou aos espíritos em prisão” I Ped. 3:19 b)- A Bíblia também diz que eles estão em tormento, ou consciente sofrimento: “No hades, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe Abraão e a Lázaro em seu seio. E clamou: Pai Abraão, tem compaixão de mim e manda a Lázaro que molhe a ponta do seu dedo, e me refresque a língua, porque estou em grande tormento, nesta chama” Lucas 16:23,24. c)- Que eles estão sob punição. “Também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados” II Ped. 2:9. Isso prova que a parábola do rico e Lazaro não se refere só ao estado final, pois que o rico condenado apela para Abraão enviar Lazaro, para avisar os seus irmãos, afim de que nenhum fosse parar naquele lugar de tormentos, o que provocou a resposta de Abraão: “Eles tem Moises e os profetas, ouçam-nos”. Destas considerações tiramos as seguintes conclusões: 1- Que o estado intermediário não é o purgatório como ensina o catolicismo romano, pois acreditam que todas as almas vão para o mesmo lugar, o purgatório, e que através de velas e rezas dos vivos, os mortos poderão sair desse lugar de tormento para um lugar de gozo. “E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.” V. 26. Os ímpios jamais poderão mudar de lugar no além. Os salvos estarão para sempre com Jesus e os ímpios para sempre em tormentos, na presença de satanás e seus demonios. 2- Os ímpios estarão em plena função de suas faculdades. “Disse ele então: Rogo-tte, pois, ó Pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento” V. 27,28. 3- Os ímpios já estão sofrendo as dores do tormento que será eterno. Uma pessoa que não crê em Jesus aceitando-o como seu salvador e Senhor, fecha os olhos nesta vida e acorda no inferno. Depois da morte não haverá segunda chance ou oportunidade. “… e morreu também o rico e foi sepultado. E no inferno, erguendo os olhos, estando em tormentos, viu ao longe Abraão e a Lazaro em seu seio” v.22, 23.

II- Com a eternidade não se brinca

Fixemos bem as solenes verdades da palavra de Deus. Elas são um brado de alerta para o pecador. Pois este, fechando os olhos nesta vida, os abrirá na eternidade, onde imediatamente ou entrará na bem-aventurança dos salvos ou no tormento dos perdidos, estado este que se perpetuará no período entre a morte e a ressurreição e depois por toda eternidade. “Prepara-te para te encontrares com o senhor teu Deus” Amós 4:12. Relata a historia que Archias, um magistrado principal dos estados da Grécia, não era popular no governo. Era tanta a sua rejeição que o povo conspirou contra ele. Planejaram matá-lo. Archias havia-se entregue aos prazeres e ao vinho, sem saber coisa alguma da intenção do povo. Quando chegou um mensageiro de Atenas com grande pressa, trazendo consigo uma carta contendo a revelação do complô, foi recebido à presença de Archias, e disse: “Meu Senhor, o que lhe escreveu esta carta pede-lhe que leia logo, pois contem ela, assunto muito sério”. Archias, respondeu com um sorriso: “Os assuntos sérios podem esperar até amanhã”, e continuou com as festividades. Na mesma noite, quando Archias e seus amigos estavam contentes em seus prazeres, o inimigo com toda fúria entrou e o matou com todos os seus companheiros; assim deixando ao mundo um exemplo vivo do perigo da demora. Assim tem sido tratado o portador da mensagem de Jesus Cristo, com risos e o assunto é deixado para amanhã. Muitos são admoestados a que sejam salvos, porém, como o príncipe Archias tem dito: “Atenderemos as coisas sérias amanhã”, e quando menos esperam, vem a morte, e não estão preparados para a eternidade. A Bíblia refere-se a história do iníquo rei Balsazar, filho de Nabucodonozor, rei do grande império Babilônico. Nabucodonozor havia tido um sonho que se cumpriu cabalmente. “A ti se diz, oh Nabucodonozor: Passou de ti o teu reino. E serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer ervas como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonozor, levantei ao céu os meus olhos, e voltou a mim o meu entendimento, e eu bendisse ao altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre… Agora, pois, eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço, e glorifico ao rei dos céus; porque todas as suas obras são retas, e os seus caminhos, justos, e ele pode humilhar aos que andam na soberba”. Dan. 4: 31, 32, 34 e 37. Mas Balsazar seu filho, não aprendeu a lição e fez um banquete a mil de seus grandes, e bebeu vinho nos vasos sagrados que seu pai havia tirado do templo que estava em Jerusalém. Bebendo o vinho com suas mulheres e concubinas zombava de Deus. E uma mão apareceu e escrevia na parede: Mene, Mene, Tequel, Peres. “Contou Deus o teu reino e o acabou, Pesado foste na balança e foste achado em falta, Dividido está o teu reino e entregue aos Medos e Persas. “Naquela mesma noite, Belsazar, réu dos Caldeus foi morto” 5: 24-30. “Não erreis, de Deus não se zomba, o que o homem semear, isso também ceifará” Um Deus! Um momento! Uma eternidade! Um Deus que te vê: um momento ou oportunidade que perdes: uma eternidade que te espera. È hora de parar de brincar com as coisas do reino de Deus. Pois estamos neste mundo de passagem, rumo à eternidade, e precisamos ter certeza de onde ou para onde estamos indo.

Pr.Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

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