Segurança eterna do crente



Uma questão levantada é a prática do pecado. Pecar é cair, mas isso seria motivo para perda da salvação? Existe alguém neste mundo que não peca? I João 1: 8, 10. O Velho Testamento é diferente do Novo Testamento nesse sentido. Naquele o povo viveu sob a lei e a salvação dependia de cumpri-la cabalmente. Quando alguém praticava algum pecado, ofereceria à Deus o sacrifício de um animal, como exigido pela lei, para restabelecer a comunhão; mas alguns pecados eram motivo para pena de morte, como por exemplo, alguém pego em flagrante adultério, necromantes e idólatras; era olho por olho e dente por dente. Jesus veio para resolver essa questão, pois através da lei a salvação torna-se impossível aos homens. Em o Novo Testamento, vivemos o tempo da Graça, onde Jesus foi oferecido em sacrifício uma vez para sempre e por todos nós, e através de Seu sangue temos a purificação de nossos pecados, I João 1:9. Ao pecar é necessário arrependimento genuíno e pedido de perdão, e Deus perdoa. Quantas vezes? Quantas vezes necessitarmos, e ai de nós se não fosse assim! Você sabe quantas vezes Deus já lhe perdoou? Nem eu. Mateus 18: 21, 22; Lucas 7: 47. Por isso cometer pecado nunca pode ser motivo de perda da salvação, pois se assim fosse, ninguém jamais seria salvo, todos estaríamos perdidos, pois pecamos frequentemente. Outra questão levantada é a do livre arbítrio do homem. Não somos livres para escolher a Salvação ou a perdição? Não posso optar pela perdição, mesmo tendo sido salvo? Não podemos esquecer que o homem foi criado para viver sob a direção de Deus, mesmo sendo dotado do livre arbítrio. Após a presença de satanás no mundo o livre arbítrio sofre influencias de duas vontades ou forças: De Deus ou de satanás. Nosso livre arbítrio sofre influencia do bem ou do mal. Gen. 3:22; 4:6, 7. E ainda outra questão que merece nossa atenção: O homem tem livre arbítrio, mas esta liberdade tem limites, pois o homem é também produto do meio. Nossas escolhas dependem muito mais de nosso conhecimento e influencia do meio do que de nossa vontade. Uma pessoa é de acordo com o conhecimento que adquiriu durante toda sua vida. Podemos ver isso no mundo inteiro. Por que a maior parte do povo brasileiro é católico, do povo indiano é induísta e do povo árabe muçulmano? Por causa do meio em que vivem e do conhecimento que adquiriram durante toda vida. Enquanto uma pessoa não tem conhecimento do evangelho não pode optar por Cristo ainda que seja dotado de livre arbítrio e, mesmo depois de optar precisa continuar na busca do conhecimento. Se deixar de estudar a bíblia e começar estudar espiritismo fará opção por esta seita. Aí a necessidade do conhecimento “Conheçamos e prossigamos em conhecer” nos ensina a palavra de Deus, Oséias 6:3. Precisamos pregar o evangelho e ensinar a palavra de Deus se queremos ver pessoas optando por Jesus. Rom. 10:14- 17. Antes que alguém faça opção por Cristo é necessário que creia, mas antes que possa crer precisa ouvir. Uma pessoa escolhe o mal por não conhecer o bem ou porque conhece e aceita o mal muito mais do que conhece e aceita o bem. E, além disso, somos influenciados pelo meio onde vivemos. Por exemplo: se um crente sair da Igreja e começar a conviver só com pessoas ímpias, e deixar de estudar a Bíblia o que acontece? Se tornará um ímpio! O crente em Jesus precisa buscar o conhecimento da palavra e a convivência com os irmãos. Por isso estou dizendo que nosso livre arbítrio tem limites. Sem a ajuda de Deus o homem não pode nem se arrepender, nem crer e nem escolher corretamente. Gen. 6:3; João 14: 16, 17 e 26; João 16: 7-11. Quem poderia pelo seu livre arbítrio seguir a Jesus sem a ajuda do Espírito Santo? O que é ser selado com o Espírito Santo? Efésios 1:13, 14. O selo é a garantia, a segurança eterna.


Deus predestinou todos os homens para a salvação, mas nem todos serão salvos por causa da influencia do meio, do mal, e de satanás. É necessário que haja conhecimento da palavra e abandono ao mundo e seus prazeres se queremos prosperar em nossa vida espiritual. II Cor. 6: 14-18; I João 1:5- 7; I João 2:15- 17. Satanás é o ultimo inimigo a ser derrotado no reino espiritual, conforme apocalipse 20: 7-15. Ainda sobre a predestinação de todos os homens para a salvação. Heb. 2:9; II Cor. 5:14; Tito 2:11, 12; I Tim. 2:4-6; Não podemos esquecer da ONISCIENCIA de Deus. Ele é onisciente porque conhece todas as coisas e seu conhecimento é perfeito; Ele não precisa arrazoar, ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente – Tem conhecimento do passado, do presente e do futuro e esse conhecimento é instantâneo. Diante disso podemos ter certeza de que Deus sabe quem está salvo ou quem está perdido. Gen. 18:17-19; Sal. 139:16; Sal. 147: 4, 5; Prov. 15:3; Is. 29:15; Is. 40:28; Jer. 1:4, 5; Dan. 2:22, 28: Atos 15:8; Rom. 8:27, 29; II Tim. 2:19a Hb. 4:13; I Ped 1:1, 2; I Jo 3:20; Mat. 6:8. Por outro lado nenhum ser humano pode dizer quem está salvo ou perdido, porque não somos oniscientes, não temos este atributo que é exclusivo de Deus. Mesmo que uma pessoa esteja na Igreja, ninguém pode garantir quanto a sua salvação, pois a convicção é pessoal, cada um responde por si, Romanos 8:12 – 16. Pelos frutos podemos supor, mas não garantir. Há pessoas que produzem mais frutos do que muitos membros de Igrejas evangélicas. A salvação do crente é eterna porque Deus é eterno e, pela sua onisciência, onipresença, onipotência e eternidade, jamais escreveria o nome de alguém no livro da vida ou consideraria alguém salvo sem que o fosse, enganadamente. A salvação do crente é eterna porque Deus sabe quem está salvo ou perdido e isso depende única e exclusivamente da fé em Jesus. João 10:28, 29; Rom. 11:29; Fil. 1:6; I Ped. 1:5; Rom 8:35; Jo 17:6. Jesus disse que a nossa alegria aqui na terra não deve ser por causa das obras que conseguimos fazer em Seu nome, mas por estar nossos nomes escritos no céu. Lucas 10:20. Isso refere-se a segurança eterna da salvação.

Os três textos principais quanto ao ensino da perda da salvação.

1- Êxodo 32: 33 “Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que tiver pecado contra mim, a este riscarei do meu livro”. Há dois livros nesse sentido – o livro onde estão escritos os nomes de todos os nascidos fisicamente, e o livro onde estão escritos os nomes dos espiritualmente nascidos. Há dois nascimentos – físico e espiritual. Estar escrito significa dizer que Deus sabe o nome de todas as pessoas que nasceram fisicamente neste mundo e sabe também o nome de todas as pessoas que nasceram espiritualmente nesse mundo e sabe ainda o nome dos que vão nascer. Os que morrem fisicamente são riscados, mas os que têm vida eterna jamais serão riscados. Ninguém conseguiria enganar a Deus, fazendo com que seu nome seja escrito no livro da vida sem ter a vida eterna. Deus é onisciente e jamais escreveria um nome no livro da vida para depois apaga-lo. Não encontramos na Bíblia ameaças do nome de alguém ser apagado. Dan. 12:1 – 3 e Fil. 4:3. No Velho Testamento, temos referencias de que Deus pode extirpar, riscar. Lev. 23: 29, 30; Gen. 17: 14. E da mesma forma acontece com Êxodo 32:33. Deus está dizendo que risca, extirpa, tira o nome de pessoas que pecarem contra Ele. E nesse mesmo contexto Ele mandou matar 3.000 idolatras que haviam pecado. A esses Deus disse que riscaria e riscou. Mas o livro da vida é irrasurável. Rom. 8: 28-30. Este texto apresenta todas as fases da salvação – chamado, justificação, regeneração e glorificação. Os salvos têm seus nomes escritos no livro da vida, e os perdidos não tem seus nomes escritos no livro da vida desde a fundação do mundo, isto é, Deus os conhece desde a fundação do mundo. Apoc. 13: 8 e 17: 8. Observe nesses dois textos a expressão desde a fundação do mundo. 2- Apoc. 2: 26 e 3: 5 “Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações. O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” Destacamos a expressão “ao que vencer e guardar as minhas obras até o fim”. Serão salvos os vencedores, os que chegarem ao fim. Mas não podemos esquecer que com Cristo é vencer ou vencer. Nós podemos cair, mas não ficaremos caídos. O que é salvo, lavado pelo sangue do cordeiro chegará ao fim. Se pecar é sinônimo de cair, quem nunca caiu ou pecou? Mas não é porque caímos que deixamos de ser vencedores. Estamos na luta e podemos levar muitos golpes do inimigo, mas o importante é chegar lá. O que é mais importante, lutar ou se esconder numa caverna? Muitos se esconderam em mosteiros para não ver o mundo, mas isso não indica que estão salvos. No reino de Deus não entrarão covardes, mas crentes corajosos e determinados. Esses textos transcritos acima têm a ver com o fim dos tempos e refere-se as pessoas que chegarão lá, todos os salvos de todos os tempos, raças, tribos e nações. E de maneira nenhuma o nome dos salvos será riscado do livro da vida. Podemos ver quem são eles no capitulo 7 do mesmo livro, que são identificados como a multidão vestida de vestes brancas. Veja Apoc. 7: 9, 13 e 14. Ao que vencer, ou ao que for fiel até o fim tem a ver com as perseguições que os crentes sofreram, sofrem e ainda sofrerão após o arrebatamento da Igreja, no período da grande tribulação. E todo o sofrimento da grande tribulação está descrito em apocalipse capítulos 6 a 19. Os que perseveram até o fim são os crentes legítimos e isso não indica que nunca pecaram. Mas que são guardados pelo Pai. Lucas 15: 11-32; I João 5: 18; João 2: 23-25; João 13: 18; João 6:64-66. (ler) 3- Hebreus 6: 4- 6 “Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus e o expondo ao vitupério”. A hermenêutica ensina que nunca devemos interpretar um texto fora de seu contexto ou em desacordo com o ensino geral da Bíblia, pois daremos impressão que há contradição. O texto diz que é impossível ao que pecar, cair, ser renovado outra vez para o arrependimento. Se uma pessoa que experimentou a salvação cair não terá perdão, mesmo diante do arrependimento. O que dizer de Sansão? Davi? Pedro? Pessoas que pecaram e depois foram perdoadas. Mas o texto diz que é impossível que isso aconteça. Como então entender o perdão? Quantas vezes devemos ser perdoados e perdoar? Se interpretarmos este texto isoladamente, estaremos dizendo que ninguém se salvará. Mas volto a dizer que na Igreja há pessoas que receberam e recebem o conhecimento, participam experimentando a vida cristã e a ação do Espírito Santo, mas que não foram salvos. Quantos presenciaram os milagres realizados por Jesus, sentiram-se comovidos, comeram do pão e dos peixes, mas não foram salvos. João 2: 23 – 25.. Todos pecam. I João 1: 8, 10; II Cron. 6: 36. Davi, homem segundo o coração de Deus também pecou. I Cron. 14:3; 21: 2, 5; II Sam. 5:13; I Reis 11: 36; 14: 8 e 15: 5. Não podemos ligar a perda da salvação ao fato de pecar, pois há pecados de ação e de omissão, por palavras, obras e por pensamentos (cobiça, inveja, etc.) Há membros de Igrejas Evangélicas que nunca foram salvos e por isso podem a qualquer momento voltar para o lugar que lhes é próprio. II Pedro 2.

Questões para refletir:

Pode alguém nascer de novo e depois desnacer? João 3: 1-7 Pode um filho deixar de ser filho? João 1: 12 e 13. Haveria festa no céu por alguém que depois voltaria atrás, Deus seria enganado em fazer festa para uma pessoa que seria salva e depois por opção voltaria atrás? Lucas 15:7. O juramento de Jesus. João 5:24 Jesus invocou toda verdade nessa promessa. A segurança eterna. Romanos 8: 35-39. Isso é para os salvos e não para os simplesmente membros de uma Igreja.

A salvação implica em algumas fases conforme os Teólogos abaixo:

Meyer Pearlman – Justificação, regeneração, santificação, segurança. E. H. Bancroft D. D. – Regeneração, arrependimento, fé, justificação, santificação, oração. A. B. Langston – Arrependimento, fé, conversão, regeneração, justificação, união com Cristo, santificação, preservação, libertação do pecado, perfeição e glorificação. Para melhor entendimento teríamos que estudar cada fase apresentada.

Cuidado necessário:

Pessoa que acredita que o crente perde a salvação corre o risco de acreditar na salvação pelas obras. Muitas Igrejas que assim acreditam, colocam costumes acima das doutrinas bíblicas e pregam que a salvação tem a ver com as roupas usadas, corte de cabelo, guarda da lei, uso de óleo, sal grosso, água benta, batismo, caridade, reza aos mortos, batismo em nome dos mortos, o não uso da televisão, etc. Pessoa que acredita que a salvação do crente é eterna, que o crente não perde a salvação corre o risco de descuido com a vida espiritual. E muitos não vivem a vida cristã como ensina a sagrada escritura. Não têm vida devocional e não se preocupa com a prática dos ensinos de Jesus. Mas o crente verdadeiro foi salvo por Jesus mediante sua opção de aceita-lo e os seus ensinos como regra de fé e prática; no entanto, a demonstração dessa escolha é o cumprimento dos ensinos bíblicos e o zelo com a vida cristã.

 

Pr. Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

One Response to “Segurança eterna do crente”

  1. Haroldo Paulino 19. nov, 2008 at 17:16

    Parabens Pastor Cirino, por ter alcançado de Deus tamanho favor, em ser iluminado por Ele de tal forma, que é capacitado à escrever um belíssimo sermão como este.
    Que o Senhor continue derramando Sua Graça sôbre ti, o capacitando ainda mais, para nos ensinar.
    E como Eliseu em relação à Elias, peço sôbre mim, porção dobrada desta Graça que tem descido sôbre ti.
    A Paz do Senhor seja contigo.
    Haroldo Paulino


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