A predição do nascimento de Jesus a Maria

Texto: Lucas 1:26-33



Introdução

Estes versículos contêm o anuncio do fato mais extraordinário que aconteceu no mundo – a encarnação e o nascimento de Nosso adorável Salvador Jesus Cristo. Eles nos fornecem material para inumeráveis considerações, mas desta feita, nos limitaremos às considerações de ordem geral, em torno de algumas maravilhas que eles nos apresentam.

I- O envio do anjo Gabriel


Foi o anjo Gabriel, cujo nome significa “o poderoso mensageiro de Deus” (Dan. 8:16 e 9:21) o enviado a um lugar obscuro da Galiléia, que se chamava Nazaré. A mulher que teve a honra de ser a mãe de nosso Senhor ocupava posição humilde, pela obscuridade da terra em que habitava, e pelo seu lar, que era desprovido das riquezas deste mundo. Vê-se em tudo isso a sábia providencia divina escolhendo o ambiente e a pessoa mais humilde para trazer ao mundo o Redentor prometido já há muitos séculos. Por que essa humildade? Porque o primeiro advento do Messias devia ser o advento da humildade e esta devia começar desde a hora em que Maria o concebeu. O anjo viera com uma missão e “Aproximando-se dela, disse: Salve! Altamente favorecida, o Senhor é contigo” Esta saudação representa o favor ou a Graça que ela recebeu de Deus, graça esta, estendida a todos os crentes (Ef. 1:6). Isso não quer dizer que ela tenha graça para conferir aos outros, mas que ela fora alvo da graça divina. O espanto ao ouvir a saudação do anjo é uma prova imediata de sua fraqueza v.29. Ela não pode entender o motivo e nem o significado da saudação. A honra era por demais excelente e o mistério por demais profundo para ela entender. Por isso, responde-lhe o anjo com palavras de animação: “Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus” v .30. E em seguida o anjo lhe anuncia a nova “Conceberás em teu ventre, a darás a luz a um filho a quem chamarás Jesus”. E Mateus explica a razão de seu nome “Porque Ele salvará o seu povo de seus pecados” 1:21.

II- A Magnitude do Salvador

Podemos ver que foi tríplice a magnitude de Jesus: 1- Em relação a sua origem divina. “Este será grande e será chamado Filho do altíssimo” Isto significa que Ele não somente seria grande, porém, seria reconhecido como tal. O espírito Santo viria sobre Maria e a sua sombra a envolveria (v. 35). Ele não era para ser somente um filho de Deus, mas O filho de Deus, relacionado com o Pai eterno como nenhum outro dos filhos dos homens até então tinha sido ou seria. Ele participaria no mais amplo sentido – da natureza divina – um mesmo ser como o Pai! Era para ser Deus manifesto em carne. 2- Em relação a obra que ele haveria de cumprir e que cumpriu. “Chamarás o seu nome Jesus, disse o anjo”. Ora, este nome, como vimos, significa a grandeza da salvação que Ele traria. Significa a destruição do pecado, cortando-lhe o mal pela raiz. Porque o pecado não é somente, em si, o pior e o mais vergonhoso de todos os males, mas é também a fonte de todos os outros males – misérias, inimizades, contendas, fadigas, sofrimentos, dores e morte. Tudo isso reclamava e ainda reclama a intervenção salvadora de Jesus. A salvação do pecado significa a restauração do pecador para Deus. Jesus Cristo, ao mesmo tempo que nos redime de penalidades e do poder do pecado, restaura-nos para Deus – para o seu favor divino e para o seu serviço. Estes são os dois aspectos fundamentais da grandeza da salvação de Jesus. 3- Em relação ao poder que devia atingir, atingiu e ainda há de atingir no seu reino. “O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi e Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacó e o Seu reino não terá fim” não terá limite. A)- E podemos destacar algumas características de seu reino: 1)- Será um reino espiritual: A única homenagem que é aceitável para o seu rei é a homenagem do coração, o único tributo é o tributo da afeição e a única obediência é a do amor; 2)- Será um reino de benefícios: Cada membro deste reino de Jesus tem o dever sagrado de buscar o bem estar de seu próximo e não só o que lhe agrada, não se importando com seu irmão que sofre; 3)- Será um reino de Justiça: Cada cidadão deste reino deve odiar a iniqüidade e praticar a justiça, a retidão. B)- A extensão desse reino – “Não terá fim”. Não há limites para este reino: o campo de suas operações é todo o mundo. C)- A duração desse reino – “será eterno”. Ele reinará para sempre. Seu domínio vem das mais remotas eras, desde o principio da criação e se estenderá a todas as gerações por toda a eternidade! Diante de Jesus dobrar-se-ão todos os joelhos e todas línguas confessarão que Ele é o Senhor. Só o seu reino será eterno e o seu domínio não terminará (Dan. 7:14-27). Por esta grandeza imensurável e infinita é que Ele é chamado “O Filho do Altíssimo” ou igual a Deus, pois, tal magnitude só a Deus deve ser atribuída. Ver Rom. 9:5; Tito 2:13; Mac. 5:7.

III- Lições que aprendemos do Natal

1- Lição da humildade. A classe social que Jesus escolheu voluntariamente, deve ser tida em sagrada reverencia. Pois a tendência hoje é de reverenciar ao rico e fazer do dinheiro um ídolo. E com Jesus aprendemos a grande lição pois”Sendo rico se fez pobre, para que pela sua pobreza enriquecesse a muitos” II Cor. 8:9. O herdeiro de tudo que existe, não só tomou sobre si a nossa natureza, como a tomou na mais humilhante forma que poderia ter assumido. Foi um milagre de misericórdia, superior à nossa compreensão, ter Ele vindo à terra como pobre, ser desprezado, padecer e morrer. Sua humildade foi, pois, a suprema arma de combate que Ele ergueu contra o orgulho do mundo. Deve ser a humildade, também, nossa maior arma de combate na luta que travamos contra este mundo orgulhoso e contra a nossa própria natureza estupidamente presunçosa. 2- Lição da misericórdia divina para conosco. Meditemos na fragilidade de nossa natureza: nada temos em nós que mereça a aprovação divina. Nem mesmo a eleita mãe de nosso Senhor possuía algum mérito para se salvar por si. Como testemunhou no seu magnificat, Lucas 1:46-55. Aprendamos, pois, que a salvação é de graça, é DOM de Deus, e quem a aceita é bem-aventurado, é bendito, é favorecido no mais elevado grau, como o foi Maria. É tão importante a aceitação da misericórdia pela fé que Jesus disse: “Todo aquele que fizer a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. “Bem aventurado o ventre que te gerou e os peitos que te amamentaram”, foi o dito de uma mulher a Jesus. Mas qual foi a resposta que Ele deu? “Bem – aventurados, antes, os que ouvem a palavra de Deus e a obedecem” Luc. 11:27,28. 3- Lição do culto e da adoração. Finalmente, diante de sua MAGNITUDE incomparável, devemos estar plenamente convictos de que só Ele merece o Nosso culto e a nossa confiança, por ser Ele o Deus encarnado, o Deus Bendito para sempre. “Porque não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não há outro nome dado entre os homens, em quem devamos ser salvos” Atos 4:12.

Conclusão

Considerando-se sua origem divina; a obra salvadora que Ele cumpriria e que de fato cumpriu; Sua divindade e poder que atingiu e que ainda há de atingir para sempre, pelo seu reino espiritual, de benefícios e de justiça, cuja extensão é sem limites e cuja duração é eterna; considerando-se, finalmente, que, as promessas do Altíssimo nunca falharam, nem hão de falhar – depositemos nEle toda a nossa confiança e aceitemos o Bendito Jesus como nosso salvador, então sim, será verdadeiramente Natal. Porque natal é nascimento de Jesus; e Natal só existe de fato e de verdade, para aquele que deixar Jesus nascer em seu coração.

 

Pr. Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

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