A Bíblia

Texto: I Pedro 1: 24,25 e Isaias 40:8

Introdução

O dia da Bíblia surgiu em 1549, na Inglaterra, quando o bispo Cranmer incluiu no livro de orações do rei Eduardo VI um dia especial para que a população se dedicasse a leitura do livro Sagrado. No Brasil o dia passou a ser celebrado em 1850 com a chegada da Europa e Estados Unidos dos primeiros missionários evangélicos no país. Mas no período do império era restrita a liberdade religiosa, por isso a comemoração era sem manifestações públicas. Por volta de 1880 que as comemorações foram se popularizando. Hoje o dia da Bíblia é comemorado em aproximadamente 60 países no segundo domingo de setembro, numa referencia ao trabalho de Jerônimo, o tradutor da vulgata, a conhecida tradução da Bíblia para o latim. Em agosto de 2002 o Congresso Nacional decretou o segundo domingo de dezembro como dia da Bíblia em todo território Nacional.
Em 1804 surgiu a fundação da imprensa bíblica – a sociedade Bíblia Britânica e Estrangeira visando a publicação e divulgação da Bíblia em todo o mundo. Atualmente as sociedades bíblicas estão presentes em 200 paises e parte das escrituras podem ser lidas em 2303 idiomas e a bíblia completa em 405 idiomas. A maior divulgação tem ocorrido de 1940 para cá, pois até esta data partes da bíblia podia ser lida em menos de 1000 idiomas. Mas o que é ser lida em 2303 idiomas quando no mundo são falados 6700 idiomas.
As Sagradas Escrituras constituem o livro mais notável jamais visto no mundo. São de alta antiguidade. Contém o registro de acontecimentos do mais profundo interesse. A história de sua influencia é a história da civilização. Os melhores homens e os maiores sábios têm testemunhado de seu poder como instrumento de iluminação e santidade, e, visto que foram preparadas por homens que falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo, afim de revelar o único Deus verdadeiro e Jesus Cristo a quem Ele enviou, elas possuem por isso os mais fortes direitos a nossa consideração atenciosa e reverente.
Nossa atitude para com as Escrituras em si é que determina em grande parte os conceitos e as conclusões que tiramos de seus ensinamentos.

I- A AUTENTICIDADE DA BÍBLIA (CANONICIDADE)

A palavra Cânon é de origem cristã, deriva de Kanon – grego ou kaneh – hebraico, que significa junco ou vara de medir; daí tomou a sentido de norma ou regra, mais tarde veio significar regra de fé. A canonização é o reconhecimento da autoridade da Bíblia. Deve se reconhecer que cada um dos livros canônicos possui uma qualidade que determinou sua aceitação. Foi percebida a sua origem divina, por isso foi aceito. Um grupo de líderes das várias religiões da época atestaram que os 66 livros são de autoridade divina, inspirados. Por isso chamamos de apócrifos os livros que não tiveram esse reconhecimento e que posteriormente foram acrescentados à Bíblia pela Igreja Romana.
Provas da inspiração e autoridade das escrituras:
1- As tábuas da lei eram preservadas na arca da aliança – Deut. 10:5
2- O livro da lei era conservado pelos Levitas ao lado da arca – Deut. 31:24-26.
3- A lei devia ser lida na presença de todo povo a cada 7 anos- Deut. 31: 10-13.
4- O povo era exortado a obedecê-la – II Cron. 17:9
5- O rei devia ter uma cópia para regular suas decisões – Deut. 17:18-20
6- Os profetas salientavam a lei – Isaias 1:10
7- Jesus fez referencia às escrituras – Mateus 22:29
8- Paulo fez referencia às escrituras – II Tim. 3:16
Os livros das escrituras do Antigo e do Novo testamentos, conforme os possuímos hoje, tem sido aceitos pela Igreja durante toda a era cristã como aqueles que compreendem a revelação completa vinda de Deus.

II- A VERACIDADE DAS ESCRITURAS

Queremos dizer com isso que seus registros são verdadeiros e podem ser aceitos como declarações dos fatos. É fácil comprovar a autoria de um livro mas nem sempre podemos comprovar os fatos. Há livros de ficção, e quer dizer os fatos não são verdadeiros, apenas ficção; é algo criado pelo autor. Aí está a diferença da Bíblia, que é de autoria divina, onde aproximadamente 40 homens e mulheres foram seus escritores e os fatos são comprovadamente verdadeiros.
A veracidade de qualquer afirmação pode ser testada mediante comparação com os fatos, desde que tais fatos estejam disponíveis; e as afirmações Bíblicas tem sido testadas mediante fatos descobertos pela investigação científica e pela pesquisa histórica.
As afirmações bíblicas não contradizem qualquer fato cientifico bem estabelecido. Pelo contrário, as descobertas arqueológicas provam que os povos, os lugares e os eventos mencionados nas escrituras são encontrados justamente onde as escrituras os localizam, no local exato e sob as circunstancias exatas descritas na Bíblia. A veracidade da bíblia é comprovada pela integridade topográfica e geográfica; pela integridade etnológica ou racial; pela integridade cronológica; pela integridade histórica e pela integridade canônica.

III- SUA INSPIRAÇÃO OU AUTORIDADE DIVINA

Por inspiração das escrituras queremos dizer que os escritores foram de tal modo capacitados e dominados pelo Espírito Santo, na produção das escrituras, que estas receberam autoridade divina e infalível. Embora escrita por homens, foram escritas, sob influencia do Espírito Santo a ponto de serem também as palavras de Deus, a expressão adequada e infalível de Sua mente e vontade para conosco.
Os sinais do que é divino sempre podem se distinguir, visto que evidenciam aquilo que é acima do natural. Assim as escrituras se distinguem de todas as outras produções humanas pelo fato de possuírem características que tornaram necessária a sua classificação como sobrenaturais e divinas.
1- O testemunho da arqueologia: Foi descoberta a cidade onde Abraão nasceu e detalhes de sua viagem ao Egito; prova de sua batalha contra os reis confederados de Genesis 14, até mesmo sobre o encontro de Abraão com Melquisedeque. Tudo registrado em tabuinhas de barro encontradas em Tel El-Amarna. Foi encontrada a cidade tesouro de Ramsés II – Píton, edificada pelo trabalho escravo dos Hebreus e foi verificado que os tijolos eram secos ao sol e que alguns tinham mais palha e outros, menos palha, de acordo com Êxodo 5:7. Foi encontrado em Ur dos Caldeus cilindros de barro contendo inscrições sobre os reis da Babilônia e o convite a Daniel para ser o terceiro (Dan. 5:16) Isso porque dois irmãos reinaram ao mesmo tempo- Nabonidos e Balsazar. E fala sobre a morte de Balsazar.
2- O testemunho da Bíblia: Sobre a unidade das escrituras – Nunca, em qualquer outro lugar, se uniram tantos tratados diferentes, históricos, biográficos, éticos, proféticos e poéticos para fazer um livro. A harmonia da Bíblia é um fato incontestável, não tem paralelos na literatura. São 66 livros, escritos por 40 diferentes homens vindos de várias condições e diferentes níveis de vida, possuidores de diversos graus de cultura, desde pastores até estadistas. Estes livros foram escritos em 3 idiomas diferentes, durante um período que abrange 16 séculos. Os assuntos sobre os quais esses livros versam são diversos e variados; não obstante, há uma unidade doutrinária e estrutural que a todos permeia. Suas exposições sem igual – O que as escrituras têm a dizer sobre todos os seus temas principais é tão contrário aos pensamentos e idéias de todas as classes de homens, que somos obrigados a concluir que é impossível que a mente humana as tenha inventado.(Pink)
Em relação a Deus – Isaias 6:1-3
Em relação ao homem – Romanos 3:10-12
Em relação ao mundo – I João 2:15-17
Em relação ao castigo contra o pecado – Ezequiel 18:4
Em relação à Salvação do pecado – Romanos 3:20, 24.
Qual a mente que seria capaz de criar estes conceitos?
3- O testemunho de Cristo: A vida e o ministério de Jesus, juntamente com sua ressurreição, põe o selo confirmatório sobre a inspiração e a autoridade divinas das escrituras.
Suas palavras – Lucas 24: 44, 45.
Suas obras – Mateus 11:4, 5.
Sua ressurreição – Atos 17: 31.
4- O testemunho das vidas transformadas: O propósito de Deus é restaurar os homens. E aí podemos apresentar centenas de experiências. Saulo de Tarso ….
Sobre o poder das escrituras: Um crente estava vendendo exemplares do NT em certa região do Zimbábue, na África. Um individuo, rejeitando o livro de Deus, respondeu com uma ameaça: Se você me der esse livro, vou enrolar as páginas dele e usá-las para fazer meus cigarros. O crente então respondeu com aquela originalidade que o ES coloca nos lábios dos ganhadores de almas: Está bem, mas prometa que você irá ler cada uma das paginas do livro antes de fumá-lo. O homem achou engraçado, mas concordou. O crente lhe deu o novo testamento e se foi. Anos depois, esse crente, Gaylord Kambarani, secretário geral da sociedade bíblica do Zimbábue, foi participar de uma convenção da Igreja Metodista na cidade. Sentado no auditório, ficou muito surpreso quando o Pregador apontou para ele lá da frente e disse: Este homem aí, não se lembra de mim, mas 15 anos atrás ele tentou me vender um NT. Como eu não quis comprá-lo, ele me deu de presente – apesar de eu lhe ter dito que iria usar as suas páginas para fazer cigarros. A verdade é que eu fumei Mateus, Marcos e Lucas, mas quando cheguei a João 3:16, não consegui fumar mais. Minha vida se transformou naquele momento. Hoje esse homem é um evangelista de tempo integral. Dedica toda sua vida a mostrar aos outros o caminho da salvação que ele encontrou na palavra de Deus.

Conclusão

Que as escrituras tem origem divina, ou seja, autoridade e inspiração de Deus, é demonstrado pelo testemunho conjunto da arqueologia e das escrituras, incluindo o testemunho de Cristo, registrado e evidenciado pela transformação de vidas humanas.
Mas os ensinos da Bíblia precisam ser colocados em prática. O que adianta este livro na estante ou no baú? Isso nos faz lembrar de um fato ocorrido em 1985. Nesse ano o Papa João Paulo II fez visitas a vários países da América Latina. Foi bem recebido em todos eles. Mas certamente o Papa não se esquecerá tão cedo do episódio que lhe ocorreu no Perú (País extremamente católico). Ramiro Reynaga, líder do movimento indígena Tupac-Katari (Quíchua), juntamente com outros índios da região dos Andes, procurou o Papa e lhe entregou uma Bíblia com uma nota: “Decidimos aproveitar a visita do Papa para lhe devolver a sua Bíblia, pois em 5 séculos ela não nos deu nem amor, nem paz, nem justiça. Por favor, leve sua Bíblia de volta e transfira-a aos nossos opressores, cujos corações e cérebros precisam mais dela, de seus preceitos morais”.
Não adianta ter uma bíblia e não colocá-la em pratica. Aqueles índios esperavam dos cristãos amor, paz e justiça.
Precisamos ler, estudar a bíblia para que nossas vidas sejam transformadas. E não apenas carregar uma bíblia. Que o Senhor nos ajude a valorizar mais esse livro.

Pr. Cirino Refosco cirinorefosco@pibja.org

No comments yet... Be the first to leave a reply!

mais sermões