Desafios de missões no Brasil

Texto: Atos 1:8
Introdução

Vivemos em um lindo país, cada região com suas características: no sul as montanhas e o frio do inverno, a diferença visível das quatro estações, o povo em sua maioria descendentes de Europeus; no sudeste as grandes cidades e o problema da violência, drogas, desemprego, as grandes favelas; o centro oeste com algumas cidades ricas e com toda infra-estrutura, mas também outras pequenas e pobres, como no norte de Minas e Tocantins; o norte com a mata e os grandes rios, as comunidades ribeirinhas e o desafio do acesso a elas; e o nordeste com duas realidades: os litorais lindos num contraste entre o azul do céu e mar e o verde das palmeiras que embelezam as praias, encantam os turistas e os sertões que sofrem com as secas e o gado ainda morre de fome e sede, onde as pessoas continuam desprovidas até mesmo do alimento. O Brasil é um desafio pela sua área geográfica e o difícil acesso a milhares de localidades. Como fazer com que o evangelho chegue a todas as pessoas, quando só na grande Amazônia há aproximadamente 33.000 comunidades ribeirinhas, além das tribos indígenas; que ultrapassam o numero de 250 no território nacional. (257). O Brasil é um desafio pela variedade de crenças e costumes; além da tradição católica e a expansão do espiritismo e demais religiões ocultistas, como satanismo e nova era. O Brasil também é um desafio pela falta de fé de muita gente, que só no ultimo senso ultrapassou o número de 12 milhões que responderam ao IBGE que não tem religião. Esse número é maior do que a população de muitos paises e deve nos preocupar. O Brasil continua sendo um grande desafio porque falta o compromisso da maioria daqueles que se dizem cristãos/evangélicos e que não estão preocupados com a obra missionária e nem mesmo com o testemunho dentro de seus próprios lares, o que tem trazido graves problemas para nossa geração e ainda trará para as futuras gerações no que diz respeito a compreensão nítida do evangelho. A frieza espiritual é visível nos quatro cantos de nosso pais, e muitas Igrejas estão a décadas marcando passo, sem nenhum crescimento numérico e outras tantas estão perdendo com o decréscimo em seu rol de membros. Templos que já abrigaram grandes Igrejas, hoje se encontram fechados e outros com freqüência de meia dúzia de pessoas, e não estou falando de Europa e nem América do norte, mas do Brasil. Afinal de contas, quantos evangélicos há no Brasil? Onde a Igreja tem crescido e onde não? Dúvidas, exageros, falta de entendimento claro, frequentemente fazem a Igreja se tornar desmotivada para se mobilizar e alcançar aqueles que ainda estão perdidos, longe do Senhor Jesus Cristo.

I- Dados do IBGE

Sobre a população evangélica no Brasil existem várias fontes de informações, tanto de origem secular como eclesiástica. A fonte mais completa de dados que temos é o IBGE, reconhecido por suas boas pesquisas. O censo é a única pesquisa que atinge o país inteiro e que pergunta sobre assuntos religiosos. É uma pesquisa que nos permite ter uma visão de quantos brasileiros se consideram cristãos evangélicos. Reconhecemos o fato de que há também os cristãos nominais, que um dia foram batizados, e mesmo afastados da Igreja se consideram evangélicos e aqueles que nasceram em famílias evangélicas e que nunca assumiram um compromisso com Jesus, mas que também se consideram evangélicos. Além dos Luteranos, grupo forte na região sul do Brasil. Isso nos leva acreditar que o numero de evangélicos apresentado pelo IBGE é muito maior do que a realidade. Infelizmente a Igreja evangélica brasileira ainda não está preparada para realizar sua própria pesquisa e quando preenche algum tipo de formulário não o faz como devia. Em 1995, um levantamento de dados disponíveis nas várias denominações evangélicas apontou as seguintes constatações: a) Cada denominação conta de forma diferente o numero de seus membros, o que dificulta a possibilidade de somar esses membros; b) São poucas as denominações que mantém os dados atualizados; c) A maioria das denominações pede informações das regiões, que pedem dos pastores das Igrejas locais, que preenchem formulários sem fazer uma contagem precisa; d) O total do numero de membros e de Igrejas locais, de todas as mais de 70 denominações pesquisadas acusou um numero muito maior que qualquer outra pesquisa, fazendo duvidosa a contagem destes dados. (Informações do Projeto Brasil 2010). Por isso estima-se 18 milhões de evangélicos. Pessoalmente acho que o número é bem menor; pois o grupo dos afastados das Igrejas, dos que já passaram por Igrejas evangélicas é um pouco menor ou igual do que os que são praticantes ou participantes. E será ainda menor porque algumas Igrejas estão adotando o sistema da Igreja católica romana de uma vez batizado membro para sempre, não há mais a prática da exclusão e nem de troca de cartas de transferência. E assim uma pessoa pode ser contado como membro em mais de uma Igreja.

II- Crescimento da Igreja evangélica no Brasil


Não há duvida quanto ao crescimento da Igreja evangélica no Brasil, e por isso temos que agradecer a Deus. Em 1890, a primeira vez em que o censo perguntou sobre religião, os evangélicos eram 1,00% da população do Brasil. Até 1940 esta porcentagem cresceu para 2,60%; e em 1960 chegou a 4,00%. Em 1970, o censo apontou 5,17%; em 1980 foi 6,63% da população; em 1991 foi 9,36% e no censo de 2000 foi 15,41%, aqui estão contabilizadas as crianças com menos de 10 anos, mais ou menos 6% do total. Mas não podemos esquecer do crescimento da população e do número de perdidos a cada ano. Em 1970 eram 88.320,117 pessoas sem Jesus, perdidas; e a cada ano vem aumentando e em 2000 esse numero chegou a 143.632.240 pessoas perdidas. Em 3 décadas quase dobramos o número de pessoas perdidas em nosso país. A presença evangélica no país não é igual em todas as regiões. E a região nordeste está muito atrás do restante do país com 10,33% de evangélicos. Se partirmos para os estados encontraremos o Piauí com apenas 5,70% de evangélicos. E se partirmos para as cidades o que acontece? Encontraremos centenas delas com menos de 2,00% de evangélicos e dezenas com menos de 1,00%. Estes municípios estão em sua maioria no nordeste e no sul do Brasil. Graças a Deus o crescimento da Igreja nas últimas três décadas foi maior do que o crescimento da população, mas ainda falta muito para que o Brasil seja de fato alcançado. 1970 a 1980 – Igreja cresceu 63,78 % enquanto que a população cresceu 27,78%. 1980 a 1990 – Igreja cresceu 74,27% e a população 23,36%. 1990 a 2000 – Igreja cresceu 90,39% e a população 15,65%.

III- O desafio para o futuro

Então quando é que o Brasil vai ser alcançado com o evangelho? O que devemos fazer para que tenha uma Igreja acessível a cada pessoa em todo o país? Quando vamos saber se completamos a tarefa da grande comissão? Quando o Brasil vai ser alcançado depende do esforço da Igreja de Jesus Cristo para este fim. Com certeza vai demorar muito mais se não houver cooperação entre as várias denominações. Em todo pais percebe-se que a Igreja está muito presente em alguns lugares, enquanto outros bairros e vizinhança estão esquecidos. Não podemos sempre pensar que outros irão lá se não houver coordenação dos esforços das Igrejas e denominações. Temos que trabalhar onde Deus está trabalhando. E Deus está trabalhando no Brasil, as portas estão abertas como nunca estiveram antes. Precisamos aproveitar a oportunidade agora. Mas as estatísticas mostram que o número de missionários transculturais enviados para fora do país tem crescido mas o numero de missionários transculturais indo para grupos étnicos dentro do pais não tem crescido. É necessário um esforço deliberado para alcançar todos os grupos étnicos do nosso país também. Alcançar o Brasil, exigirá também o envio de obreiros para regiões onde a qualidade de vida é pior, como o sertão nordestino, tribos indígenas e comunidades Ribeirinhas (aproximadamente 30.000 sem presença evangélica), além de milhares de pequenas comunidades que vivem fora do perímetro urbano (distritos, sítios/povoados). Temos hoje aproximadamente 64.000 Igrejas evangélicas, mas para que haja acesso fácil para cada brasileiro precisamos de mais 180.000 Igrejas. (mundialmente entende-se por acesso fácil uma Igreja para cada mil pessoas, e distribuídas nos locais onde o povo está).

IV- Para nós Batistas o desafio é ainda maior

Estamos muitos longe de alcançar nosso país com pelo menos uma Igreja em cada município. Apenas dois estados chegaram a este alvo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e o Distrito Federal. Em grande parte dos estados ainda não chegamos a 50% dos municípios. A maior parte das Igrejas Batista do nordeste se encontram nas capitais, e também as de melhor condição financeira. Nas cidades do interior dos estados podemos sentir a diferença através das dificuldades que vivem as pequenas Igrejas e Congregações. Posso falar de minha região: Ceará: 184 municípios –122 Igrejas sendo que 54 estão na grande Fortaleza. Apenas 69 municípios com trabalho Batista – 115 não alcançados. Paraíba: 223 municípios – 80 Igrejas, 28 na grande João Pessoa, 78 municípios com trabalho Batista – 145 não alcançados. Piauí- 222 municípios – 123 Igrejas, 56 na grande Teresina, 84 municípios com trabalho Batista, 138 não alcançados. Rio Grande do Norte: 167 municípios – 56 Igrejas, 27 na Grande Natal, 46 municípios com trabalho Batista, 121 não alcançados. Maranhão: 217 municípios – 233 Igrejas, 90 na grande São Luiz, 167 municípios com presença Batista, 50 não alcançados. Pernambuco: 185 municípios – 357 Igrejas, 170 na grande Recife, 168 municípios alcançados e 17 não alcançados. (Dados 2003 livro mensageiro das Convenções estaduais e informações por telefone). Em apenas 3 estados os Batistas são mais de 1% da população evangélica. (ES 1,93%, MS 1,05%, e RJ 1, 89%). E o menor percentual está nos estados de SC e CE com 0,12% dos evangélicos.

Conclusão

São muitos e grandes os desafios que estão diante de nós. Se quisermos alcançar nosso país com a mensagem do evangelho precisamos dedicar mais tempo e dinheiro. É necessário que, pelo menos, dobremos o número de missionários. Para que Isso aconteça, é necessário um grande avivamento entre o povo de Deus, que o despertará colocando em seus corações amor pelas almas que se encontram perdidas. Quando amamos – oramos. Quando oramos – somos impulsionados a fazer. Todos os grandes avivamentos entre o povo de Deus tiveram inicio no amor, alguém amou seu povo e começou a orar por ele e a obra foi realizada. Moisés: Ex. 32:30-32; Neemias: Ne. 1:2-7; Jeremias: Jer. 8:18 – 9:1; Paulo: Rom. 9:1.

 

Pr.Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

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