Passos para um despertamento

Texto: Neemias 1: 4-7 e 8: 3-5,9
Introdução

O povo de Deus tem tido fraquezas e falhas; por isso são inúmeras as épocas de decadência pelas quais tem passado. A causa de tais fracassos é sempre a mesma – desobediência ao Senhor; falta de cumprimento da palavra de Deus. O tempo de Neemias foi um desses período negros da história de Israel; o povo havia se misturado com as nações pagãs e perdido sua força no testemunho. Tornou-se negligente e corrompido. O afastamento, a rebeldia e a desunião resultaram num inevitável declínio. Neemias, ausente de sua terra por algum tempo, pois também fora levado como cativo, fora informado da triste condição que estava seu povo; milhares em cativeiro e o restante em miséria e desprezo. O muro de Jerusalém havia sido derribado e as portas queimadas. Neemias sentiu o triste estado de seu povo, chorou e lamentou por vários dias e esteve orando e jejuando perante o Senhor… Esta é uma figura da condição espiritual da Igreja de Deus espalhada sobre a terra, vencida pelo inimigo, impotente para resistir as forças do mal, comprometida com o mundo, sem vigor, sem brilho e sem frutos. É portanto, inegável a necessidade de um grande avivamento; e nenhum homem ou organização terrena será capaz de produzi-lo. Trata-se de uma obra Divina. “Não por força e nem por violência, mas pelo meu espírito, diz o Senhor” Zacarias 4:6. Entretanto, para que Deus opere tal maravilha é necessário que o seu povo, sinta um desejo profundo, uma real ansiedade, por alcançar a benção incomparável de um avivamento, que só acontecerá quando os crentes verdadeiros se humilharem, abandonando os seus pecados, confessando as suas culpas, e buscando, de todo coração a face do senhor. Quando cada remido suplicar com toda sinceridade de sua alma, a semelhança do profeta: “Aviva, oh Senhor, a tua obra no meio dos anos; no meio dos anos a notifica..” Habac 3:2. Então acontecerá um despertamento espiritual. A intercessão é a alavanca, é o ministério mais glorioso que existe. Se queremos um avivamento, precisamos pagar o preço de uma vida de oração contínua. Crentes em Cristo, paremos um pouco, e meditemos em nossa condição espiritual e em nossa responsabilidade como condutores de almas, das quais haveremos de dar contas; meditemos na necessidade de poder do alto, que produza fervor nos salvos e atraia os pecadores à luz do evangelho. Deus só fará isso em resposta ao nosso clamor sincero. No tempo de Neemias, o povo foi despertado por satisfazer as condições básicas. As bênçãos do céus desceram quando o povo voltou para o caminho da retidão. Vejamos então, os passos principais para um despertamento ou avivamento.

I- União real e verdadeira do povo de Deus

Antes do avivamento o povo estava separado uns dos outros; cada um cuidava de seus interesses; então Deus não podia agir. “Disse Neemias: Grande e extensa é a obra, e nós estamos no muro mui separados, longe uns dos outros.” 4:19. Mas com o mover do Espírito, com a ação de Deus nos corações o povo se uniu. “Todo o povo se ajuntou como um só homem” 8:1b. E por causa desta união, aconteceu um grande avivamento espiritual na vida daquele povo. Jesus, durante seu ministério disse: “Uma casa dividida não pode permanecer.” O ciúme, a contenda, a rivalidade, a desunião tem causado frieza, dispersão, e consequentemente o enfraquecimento de qualquer coletividade. Neemias observou a divisão e os prejuízos desta atitude para o povo e para o reino de Deus. Jesus Cristo expressou seu desejo quanto a unidade da Igreja e orou pedindo ao Pai que desse à sua Igreja unidade. “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20,21. É a união que produz a força, ela constitui-se um dos segredos no desenvolvimento da Igreja. “Todos os que criam, estavam juntos.. Perseveravam unidos todos os dias no templo….” Qualquer divisão sempre é prova de carnalidade. “Oh quão bom e suave é que os irmãos vivam em união.” Sal. 133:1. Uma Igreja precisa viver unida, isto é, com os mesmos propósitos, mesmos ideais, mesmos objetivos; um deve ter interesse pelo bem estar do outro. Eu não posso ser feliz se o meu próximo não é feliz. Quando temos esse interesse pelos outros, damos nossa vida pelo bem estar do irmão. Isso é claramente exemplificado na vida de João Batista; quando lhe falaram do crescimento do ministério de Jesus, ele disse: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”. Ficou feliz pelo crescimento do ministério de Jesus. A Igreja é a noiva de Cristo e não podemos difamar a noiva de nosso Senhor; ao contrario, devemos zelar por sua noiva. Quando falamos de um irmão estamos falando da noiva de nosso Senhor. Se queremos experimentar um grande avivamento, precisamos estar unidos.

II- O povo de Deus precisa parar para ouvir a palavra de Deus

Ouvir no sentido de colocar em prática. Quando a multidão se reuniu interessada em seguir um novo rumo, solicitou a Esdras que trouxesse o livro da lei de Moisés e o piedoso sacerdote leu desde a alva até o meio dia…e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei…e todo o povo chorava ouvindo a palavra de Deus. Neemias 8. A volta à palavra de Deus é um dos fatores essenciais para um avivamento espiritual. O salmista disse: “A tua palavra me vivificou” A palavra produz vida. E Jesus ensinou: “As palavras que eu vos disse são espírito e vida.” E o salmista mais uma vez diz: “O justo tem prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite.” E Jesus para designar os que lhe pertencem disse: “Quem é de Deus ouve a palavra de Deus, pratica, obedece. Parece que o grande problema do povo de Deus sempre foi o abandono à palavra de Deus. Veja que a orientação de Deus para Josué por ocasião de sua posse na direção do povo de Israel foi esta: “Não se aparte de tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite para que tenhas o cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e então prudentemente te conduzirás.” Josué 1:8 Todos os avivamentos que encontramos entre o povo de Deus iniciaram por uma decisão inabalável do povo; que resolveu obedecer a palavra de Deus. Tocados pela palavra havia arrependimento e mudança de rumo, de atitude, de vida. Uma das maiores e mais urgentes necessidades das Igrejas de deus é, inegavelmente a volta completa aos ensinos de seu livro. A palavra é viva e eficaz, suficiente para produzir a correção, o aperfeiçoamento e a consolação; é o preventivo contra o pecado. “Escondi a tua palavra no meu coração para eu não pecar contra Ti” Salmos 119:11.

III- A comunhão com Deus, produz a separação do mal


“E a geração de Israel se apartou de todos os estranhos…e fizeram confissão de seus pecados e das iniqüidades de seus pais.” Neemias 9:2. Várias e funestas são as conseqüências do pecado na vida do crente. É ele que impede a comunhão com Deus e retém as suas bênçãos. “Porque os vossos pecados fazem separação entre vós e o vosso Deus, e escondem SEU rosto de vós para que não vos ouça.” Isaias 59:1,2. E o salmista nos alerta: “Se eu atender a iniquidade de meu coração, o Senhor não me ouvirá” Salmos 66:18 O apostolo Paulo é claro em seus ensinos quando diz: “Que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que parte tem o fiel com o infiel? Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos dos tais, diz o senhor. Não toqueis nada imundo e eu vos receberei.” II Coríntios 6:14. E mais adiante diz: “Qualquer que profere o nome de Cristo, aparte-se do mal” II Timóteo 2:19. E o apóstolo João diz: “Quando Cristo se manifestar, seremos semelhantes a Ele…e todo aquele que tem nEle esta esperança, purifica-se a si mesmo, como Ele é puro” I João 3:1-3. A Bíblia mostra que uma das condições imprescindíveis para o avivamento real é a renuncia da impiedade, renúncia às paixões mundanas. “Portanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente.” Tito 2:11,12. A Igreja precisa viver separada do mal, pois, pela desobediência de uma só pessoa a nação de Israel sofreu humilhações e perdas. Acã agiu contra a ordem Divina e o povo foi castigado. Josué clamou, e a resposta de Deus foi: “Porque clamas a mim? Israel pecou!” e enquanto a transgressão não foi descoberta e punida, não chegou a bênção.

IV- O povo de Deus foi convocado a levantar-se

“E o povo se pôs em pé”. O povo estava espiritualmente caído, isso é uma figura de todos os crentes que vivem fora da vontade de Deus. Um grande número de cristãos se encontram hoje fora da vontade de Deus; estão caídos e impotentes como o homem que foi vitima dos salteadores, entre Jericó e Jerusalém, ficou caído no caminho. Muitos não tem forças para erguer-se. Não sei como está você. Qual seu estado espiritual neste momento? A quanto tempo você está caído? Jesus te diz o mesmo que disse ao paralítico: “Levanta-te e anda” Esta palavra é dirigida aos servos de Deus que vivem acomodados ao modo de agir mundano, vencidos pela indiferença e pelo comodismo e como tais se tornaram infrutíferos e fracassados. “Desperta oh tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te esclarecerá” Efésios 5:14. O filho pródigo é exemplo de alguém recuperado. Cansado das amarguras da vida o jovem exclamou: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai”. E teve sua vida transformada. E o apelo que o Senhor dirige à sua Igreja hoje é: “Lembra-te de onde caíste e arrepende-te” Apoc. 2:5. Levanta-te de tua vida fria e indiferente.

V- O povo de Deus precisa confessar seus pecados

Não se trata de uma repetição formal e inútil, de palavras decoradas que muitas vezes aparecem nas orações públicas, mas é o reconhecimento da culpa de um coração sincero e quebrantado, ao qual Deus não pode desprezar. Foi nesta condição humilde que se colocaram os grandes servos do Senhor, que em épocas de angústia, recorriam à misericórdia Divina. Esdras, lamentou e chorou por muitos dias ao verificar a triste condição de seus companheiros. Neemias, orou e confessou suas culpas e de seus pais. A confissão, segundo o ensino Bíblico, tem que ser dirigida, primeiramente a Deus, a quem ofendemos, como demonstra Davi em sua suplica: “Contra Ti, contra Ti somente pequei e fiz o que a teus olhos parece mal…confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri.” Nossa confissão deve ser clara e específica. “O homem sendo culpado confessará aquilo que pecou” Levíticos 5:5. Josué ordenou severamente a Acã “Dá glória ao Deus de Israel, e faze confissão perante Ele; e declara-me agora o que fizeste, não mo ocultes” Josué 7:19. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” Prov. 28:13. Confessar pecados e abandona-los é a condição imutável para aqueles que desejam obter as bênçãos de Deus. A Bíblia fala de confissões particulares. Mateus 5:23,24… Mas também fala de confissões públicas, no caso de haver faltas que prejudiquem toda a coletividade. Tiago 5:16. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar de todo pecado e nos purificar de toda injustiça.” I João 1:9 Conclusão: Se de fato desejamos um poderoso avivamento em nossas vidas e Igrejas, temos que seguir os exemplos Bíblicos. Se queremos que algo aconteça, temos que seguir os mesmos passos. O caminho é realmente difícil, pois exige renúncia e firmeza de atitudes. Mas o esforço é compensado. Vida abundante, paz verdadeira, comunhão perfeita, ministério frutífero, são os resultados. Lembremo-nos das condições apresentadas pela palavra de Deus para que aconteça um avivamento: União real e verdadeira do povo de Deus; obediência à palavra de Deus; separação de todo pecado; levantar-se e assumir sua posição no reino; confessar com sinceridade todo e qualquer pecado. Não há mais tempo a perder, já é hora de despertarmos do sono! Romanos 13:11.

Pr.Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

“Aquele que me fizer rir, presta-me um grande serviço”

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