Fórmula bíblica para o evangelismo da Igreja

Texto: Salmos 126:6



Introdução

Depois de termos uma visão correta de nossa responsabilidade, podemos partir para a conquista de almas. Ninguém pode negar que a tarefa mais importante da Igreja é a conquista de almas para Cristo. É impossível exagerar na importância deste trabalho. Pois o desejo de Deus é que todos os homens se salvem; o objetivo de Jesus foi buscar e salvar o que estava perdido. E nossa parte nesse glorioso plano de redenção é transmitir aos nossos semelhantes a mensagem do evangelho. “ E como ouvirão se não há quem pregue?” Nada conserva o cristão mais vivo do que a obra missionária!… e pela observação da história da Igreja primitiva, concluímos que o evangelismo pessoal foi o fator principal para o avanço do cristianismo. Levar outros a Cristo era o alvo de cada crente… A Igreja atual está perdendo o senso de que a responsabilidade é pessoal, poucos são os crentes que evangelizam e a responsabilidade é colocada sob os ombros do Pastor e sua família. Quem em nossas Igrejas quer realmente ganhar almas? Deus nos mostra um método eficaz, a fórmula infalível, o caminho certo para alcançarmos resultados: “O que leva a preciosa semente andando e chorando, voltará sem dúvida com alegria, trazendo consigo os seus molhos.”  Está é a única fórmula, é Bíblica, é Divina, é eficaz.

I- O conquistador de almas deve IR


Ação é o primeiro requisito. “Aquele que leva…” Isso significa IR em busca dos perdidos. Em lugar algum encontramos na Bíblia que devemos esperar para que o pecador venha por si mesmo, ou se levante por sua própria força e iniciativa. Devemos ir… Esta foi a atitude do Bom Pastor ao sentir a falta da ovelhinha desgarrada: “Deixou as demais no aprisco e procurou a que estava perdida até encontra-la”. “Quem quer IR?…foi o clamor insistente que o profeta Isaias ouviu na visão que mudou o rumo de sua vida. Resolveu atender ao apelo prontamente –“Eis – me aqui, envia-me a mim” “Levanta-te e vai a grande cidade de Ninive e anuncia a palavra que eu te disse”, foi a ordem que Jonas recebeu, a fim de anunciar a mensagem que haveria de salvar 120 mil pessoas. “Ide por todo o mundo e pregai e evangelho a toda criatura” é a ordem de Jesus a seus seguidores como condição indispensável para a recuperação dos transviados… Precisamos entender que os peixes nunca vão atrás do pescador; é este que tem de ir busca-los. Nenhum pescador espera que os peixes venham para a sua sala, por maior que seja a sua paciência. Se deseja ter o prazer de vê-los puxando a linha, terá que ir para os ribeiros ou mares. O mesmo se dá com as almas. Somos pescadores de homens! Por mais atraente que seja o recinto da Igreja, por mais agradável o programa, ou dinâmico o pregador, as pessoas que queremos alcançar não virão à nossa procura, teremos que IR atrás delas.

II- O conquistador de almas deve ter um coração compassivo

“Andando e chorando”  Isto é, deve sentir amor pelas almas perdidas, interesse profundo, paixão viva,desejo ardente pela sua salvação. Quantos de nós temos este sentimento? Jesus se comovia profundamente ao contemplar as multidões necessitadas e demonstrava uma grande compaixão ao ver aquela gente “Vendo Ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor” Mat. 9:36. Em Mateus 23:37 lemos ainda “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” Mat. 23:37 Jesus ilustra a necessidade de compaixão com a parábola do bom Samaritano, exemplo que devemos seguir no apoio aos que jazem caídos a margem das estradas da vida. Enquanto os religiosos demonstram indiferença e desprezo passando de largo, o bondoso estrangeiro, sentindo íntima compaixão pelo ferido, aproxima-se dele, trata os ferimentos, coloca-o sobre seu animal e leva-o a hospedaria, recomendando todo cuidado para seu restabelecimento. E Jesus conclui dizendo: “Vai tu e faze o mesmo”. Indicando que devemos ter um coração compassivo na ajuda aos infelizes que jazem sob o domínio de satanás. Os homens dos tempos Bíblicos eram homens que pregavam e suplicavam com seus corações cheios de compaixão Jeremias desejava que sua cabeça se tornasse em águas e seus olhos em fontes de lágrimas, para poder chorar os mortos da filha de seu povo.Jer. 9:1. Moisés foi um homem apaixonado e orou pelo povo de sua congregação: “Senhor, o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste” Ex. 32:31-32. Paulo foi um grande apaixonado e a sua declaração aos Romanos permanece até o momento como uma das mais estupendas obra da literatura humana: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo no Espírito Santo, a minha própria consciência que tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor a meus irmãos, meus compatriotas segundo a carne. Irmãos, os votos de meu coração e a minha oração a Deus são que eles se salvem” Rom. 9:1-3 e 10:1. Paulo sentia enorme tristeza e contínua dor no coração ao verificar a incredulidade dos Israelitas aos quais pregava a Cristo. Seu ministério em Éfeso foram três anos acompanhados de admoestação e lágrimas, Atos 20:31. Esta paixão pelos perdidos foi sempre a característica dos grandes pregadores. “Dá-me almas senão eu morro” era a oração insistente dos missionários, que clamavam com lágrimas para que Deus salvasse aqueles a quem pregavam. Mais recente, Oswaldo Smith, com seus livros, demonstra uma grande paixão pelos perdidos, e fez tudo que estava a seu alcance para levar o evangelho áqueles que ainda não o conheciam, tentou ir ao campo algumas vezes mas a saúde não lhe ajudava. Fez de sua Igreja uma das maiores agencias missionárias da época. Paixão pelas almas, é o titulo de um de seus livros, capaz de mudar a vida de qualquer pessoa que tenha sensibilidade à voz de Deus. Hoje domina nossas Igrejas uma frieza jamais vista, prevalece uma indiferença e desinteresse quase completo por parte dos membros e também dos pastores. Como esperar que Deus opere se não há disposição para orar e fazer o trabalho missionário. Quantas Igrejas estão diariamente intercedendo em favor dos perdidos? Quantos estão chorando diante de deus em favor dos perdidos? Jowett disse: “O evangelho do coração partido exige um ministério de corações feridos; se paramos de sangrar, paramos de salvar.” Levar a palavra de Deus com corações compassivos é o segredo para que haja resultados.

III- O conquistador de almas leva a palavra de Deus

“A preciosa semente” Na parábola do semeador, Jesus afirma que a semente é a palavra de Deus, o evangelho. E o apóstolo Paulo testificou aos Romanos sobre o poder do evangelho. “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” Rom. 1:16. Não possuímos mensagem própria, somos tão somente instrumentos, porta-vozes, vasos, que Deus quer usar para a concretização de seu principal propósito- A salvação dos perdidos.   Não temos que pregar ciência e nem filosofia, mas a palavra de Deus “Ouvirás a palavra da minha boca e lha anunciarás da minha parte” Ezeq.33:7. “Vai e anuncia a palavra que eu te disse” foi a missão que Jonas recebeu para desenvolver na famosa capital do Império Assírio- Nínive. O evangelista precisa ter preparo e conhecimento da palavra de Deus para não pregar no espírito de Cristóvão Colombo, que partiu em sua viagem da Espanha sem saber para onde ia, chegou na América sem saber onde estava e voltou para Espanha sem saber onde tinha ido.   Um bom preparo livra o evangelista de situações semelhantes. O servo de Deus deve saber onde vai, como qualquer outro profissional e o trabalho do evangelista é o mais importante do mundo. Precisa, portanto, de preparo. Certa manhã de domingo, duas senhoras voltavam da Igreja e uma delas perguntou a outra: Então, gostou do moço que nos falou hoje?  A outra respondeu: Tenho apenas três defeitos do sermão a comentar: 1- O sermão era lido. 2- O sermão não foi bem lido. 3- Não valia a pena ter lido aquele sermão. Há muitos sermões hoje que são mal preparados, mal pregados e em sã consciência nem vale a pena que sejam pregados.  Não é de se admirar porque as pessoas não voltam mais para ouvir. (Roberto L.Sumner) Se queremos ganhar almas precisamos pregar a palavra de Deus e com preparo adequado. Não nos enganemos, o povo não é bobo, sabe o que quer.    

IV- Indo ao encontro do perdido com um coração compassivo, Deus garante os resultados

“Voltará sem dúvida, trazendo consigo os seus molhos” Esta é a única fórmula que encontramos em toda a Bíblia! E Deus garante os resultados para quem segue sua orientação. Isaias estava preocupado com seu povo, rebelde e em cativeiro. Talvez estivesse questionando a validade da pregação, de seus testemunho entre aquele povo, então Deus lhe disse, não fique preocupado, siga a fórmula! “Pois a minha palavra que sair da minha boca, não tornará para mim vazia, antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” Isaias 55:11. Jesus também ensinou sobre esse assunto: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que eu tenho proferido, essa o julgará no último dia.” João 12:48 É verdade que nem todos aceitam a palavra de Deus, sabemos que a palavra é desprezada por muitos e milhares se mostram indiferentes aos apelos do evangelho, mas a Bíblia nos garante resultados positivos. Na parábola do semeador, Jesus mostra que há 4 tipos de terreno; e diz que a quarta parte é terra boa e que produz com abundância. Mas não podemos desprezar o restante, pois todo pode produzir, só que uma parte tem muitos espinhos e precisamos arranca-los, outra parte a terra é pouca e precisamos regar com muita freqüência  e outra parte precisamos vigiar o diabo, para que não arranque a palavra dos corações. Precisamos atentar para o conselho das escrituras: “Pela manhã lança a tua semente, e a tarde não recolhas a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta ou se aquela, ou ambas igualmente serão boas” Ecles. 11:6. A Igreja primitiva tinha resultados garantidos, isto se devia a consagração, ao testemunho e constantes atividades dos crentes. “E todos os dias no templo e nas casas não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” e o resultado era certo “ cada dia o Senhor acrescentava o número dos que iam sendo salvos” Se cumpre aqui o que Paulo disse: “O que semeia pouco, pouco também ceifará; mas o que semeia em abundância, em abundância ceifará” II Cor. 9:6. Em outras palavras “voltará com alegria trazendo consigo os seus molhos”. Muitas vezes trabalhamos muito, nos cansamos, mas estamos fazendo como o servo de Eliseu, que queria derrubar árvores com o cabo do machado. Fazemos um barulho imenso e nada conseguimos (o ferro do machado caiu na água). Este incidente ilustra o esforço que fazemos na busca dos perdidos, movimentos evangelísticos, festas sociais, mas falta a unção do Espírito Santo. Falta-nos o poder do alto, única força capaz de remover as dificuldades e converter os corações. “Não por força e nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor”. As Igrejas que se dedicam à oração, são as Igrejas mais cheias de compaixão que encontramos e são as Igrejas que mais ganham almas para Jesus. Não adianta fazer o trabalho de evangelismo só por fazer. Precisamos entender que é nossa missão como Igreja de Jesus, e precisamos faze-lo com um coração cheio de compaixão pelos perdidos.

Conclusão

Se desejamos obter estas bênçãos, precisamos tomar a resolução firme de satisfazer as condições exigidas por Deus. Precisamos seguir novos rumos. Precisamos voltar o quanto antes ao caminho da obediência, precisamos nos humilhar diante do Senhor e dizer-lhe que temos orado muito pouco em favor dos perdidos e que nunca temos derramado uma lágrima sequer por eles. Temos que dizer-lhe que não temos levado a sério o estudo da Bíblia. Que apesar de nossos esforços, nossos cultos, nossos programas especiais, os resultados são muito poucos. Forçosamente temos que confessar envergonhados como os discípulos: “Trabalhamos a noite toda e nada apanhamos”  Que saiamos daqui com uma visão real do mundo em que vivemos e nos coloquemos nas mãos de Deus para fazer Seu trabalho.

Pr.Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

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