Os julgamentos da palavra de Deus

Texto: João 12:31



Introdução

Pensando em julgamentos, logo vêm à nossa mente um tribunal; juiz, promotor, advogados, testemunhas, réu e vítima. Ninguém fica tranqüilo ao saber que terá que enfrentar um tribunal, por exemplo, da primeira instancia; o que dizer então das outras instancias e até o supremo tribunal federal? É natural a um ser humano a preocupação e até ansiedade ao ter que encarar um julgamento. Mesmo que tudo esteja em ordem e você tenha a certeza de que não cometeu nenhum delito, enfrentar um julgamento causa-lhe desgaste e preocupação. As vezes porque não podemos confiar em quem está julgando, outras vezes pela forma como as coisas poderão ser colocadas e a falsidade que existe em muitas testemunhas. As sentenças podem ser vendidas e naturalmente compradas e isso causa uma instabilidade muito grande a todos nós. Pensando nos julgamentos da palavra de Deus, podemos ter a certeza que o juiz é justo, é reto e perfeito. Não precisará de testemunhas e nem de advogados de defesa ou de condenação, pois todos nos estamos 24 horas debaixo de seus olhos e nada escapa. Sabe o dia de nosso nascimento sem precisar ir ao cartório, sabe o nome de nossos pais e antepassados, sabe quantas vezes ouvimos o evangelho e sabe também sobre a dureza de nossos corações. Sabe o quanto o amamos e quanto desejamos viver uma vida vitoriosa. Sabe se há ou não esforço de nossa parte em viver uma vida reta e pura. Este é o juiz que um dia todos teremos que encarar e bom seria que estivéssemos preparados. Entre muitos julgamentos mencionados nas sagradas escrituras, queremos destacar quatro:

I- O julgamento dos pecados dos crentes


Está em destaque nesse ponto os pecados que cometemos durante nossa existência. Muitas coisas fizemos ignorantemente, antes que tivéssemos conhecimento da bendita palavra de Deus. Há crentes que foram roubadores, assassinos, desonestos em seus negócios, adúlteros, traficantes e agora simplesmente ouviram o evangelho, se arrependeram de seus pecados e pela fé em Jesus tem a vida eterna. Isso que muita gente não aceita! Como pode alguém tão mau ser regenerado e salvo. Pensam assim aqueles que desconhecem a graça divina e que ainda pensam que a salvação vem pelas obras, Ef. 2:8,9. O que acontece ou aconteceu com nossos pecados? A Bíblia responde: “Em verdade, em verdade vos digo que quem houve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” Jo 5:24. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” Rom 8:1 e 5:9. Somos justificados porque alguém resolveu pagar nossa divida diante de Deus, Jesus Cristo, como disse Paulo “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus” II Cor. 5:21. ou então como disse Isaias “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou com as nossas dores; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos trás a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” Is. 53:4,5. E o escritos aos Hebreus conclui “E não me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniqüidades” Hb 10:17. Ver ainda Gal. 3:13; Heb. 9:26-28 e I Ped. 2:24 e 3:18.

II- O julgamento – próprio dos crentes

Trata-se do julgamento dos atos morais, feito pelo próprio crente, em si. Este julgamento próprio evita o castigo. Se negligenciado o Senhor julga, e o resultado é castigo, mas nunca condenação. “Mas, se nós nos julgássemos a nos mesmos, não seríamos julgados; quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não sermos condenados com o mundo” I Cor. 11:31,32. Esta palavra “julgamento”, nas escrituras, significa todas as partes do juízo, a saber: exame, acusação, condenação, etc. Aqui ela significa acusação de nós mesmos, condenação de nós próprios, julgamento feito pelo próprio crente, de suas ações, que nos deve levar ao arrependimento e aumento de fé. Se nós assim nos julgássemos a nós mesmos, Deus não nos acusaria ou condenaria. É um apelo para que tenhamos o mesmo espírito do Salmista: “Eu te confessei o meu pecado, e a minha iniqüidade não ocultei” 32:5. E ai muitos outros textos nos ajudarão a entender a necessidade que temos de julgar a nós mesmos e nos condenar por atos errados que praticamos e chegar ao arrependimento sincero para obter o perdão. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” I Jo 1:9. Temos isso claramente na parábola usada por Nata para repreender a Davi e leva-lo ao julgamento próprio. “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morrerás. Todavia, porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, o filho que te nasceu certamente morrerá” II Sam 12:13,14. Ver ainda Heb. 12:7.

III- O julgamento das obras dos crentes, perante o tribunal de Cristo

Este assunto foi abordado por Paulo, “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal” II Cor. 5:10. Aqui está em questão o julgamento das obras dos crentes, não os seus pecados. Esses tem sido expiados, e não mais serão lembrados para sempre, conforme Hebreus 10:17; mas cada obra irá ao julgamento afim de receber a “recompensa” correspondente aos seus méritos ou deméritos. Cada coisa que fazemos estará sendo julgada pelo Senhor; até mesmo a forma de prestarmos culto, e realizarmos atividades em seu reino. Até mesmo a forma que praticamos a leitura de Sua palavra e fazemos nosso devocional. Deus julgará os atos de nossa vida cristã, e por isso, tudo deve ser feito como que para o Senhor e isso até o ato de dar uma esmola. “Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem hão de dar contas no dia do juízo” Mat. 12:36. “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará” Gal. 6:7. “Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo o bem que fizer” Ef. 6:8. “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que do Senhor recebereis como recompensa a herança; servi a Cristo, o Senhor” Col. 3:23, 24. Ver ainda I Cor. 3:11-15. Este julgamento terá lugar no arrebatamento da Igreja, quando se dará a primeira ressurreição ou a ressurreição dos justos. “E serás bem aventurado; porque eles não tem como te retribuir; pois retribuído te será na ressurreição dos justos” Lucas 14:14. “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não só trará a luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor” I Cor. 4:5. Com isso precisamos rever nossa forma de viver o cristianismo, e fazer as coisas com a melhor intenção possível. Pois até os desígnios do coração Deus conhece. Até os sentimentos ou pensamentos.

IV- O julgamento dos ímpios ou o juízo final, com o qual finda a história desse mundo

“E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” Apoc. 20:11,12. Os julgados aqui serão os mortos ímpios, e acontecerá após o milênio, pois os remidos já ressuscitaram antes do milênio e estarão na glória com Cristo naquele período. Neste julgamento estarão todos aqueles que rejeitaram a Cristo, todos hão de comparecer diante do grande trono branco. O livro da vida estará ali para responder aos que hão de pleitear por suas obras, a justificação, conforme se lê em Mateus 7:21-23 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”. E terão o desapontamento de ver em branco o lugar onde seus nomes poderiam estar. Quantas pessoas religiosas estarão diante do trono branco porque não acreditaram nas palavras de Jesus, porque fizeram pouco caso dos ensinos sobre santidade e pureza na vida cristã. Participaram da vida religiosa mas não fizeram a vontade de Deus.

Conclusão

Podemos concluir com a mensagem de Amós “Portanto, assim te farei, oh Israel! E, porque isso te farei, Prepara-te óh Israel para te encontrares com o Senhor teu Deus”. 4:12. Ou, procura apresentar-te diante de Deus, aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, e que maneja bem a palavra da verdade” como nos ensino o apostolo Paulo.

Pr.Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

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