A Palavra não está presa

Texto: II Timóteo 2: 1-13



Introdução

Estamos vivendo, em nossa convenção, um ano dedicado a missões e o tema gira em torno de “Missões em um mundo sem fronteiras”. Este tema está sendo estudado em nossos encontros de norte a sul deste lindo país. Convenções Estaduais, Associações Distritais, Congressos Missionários, e uma infinidade de outros encontros que estão acontecendo em nossa pátria. Graças a Deus porque muitas das grandes barreiras para a proclamação do evangelho estão sendo quebradas; o muro de Berlin foi posto abaixo; a antiga União Soviética foi quebrada e o comunismo perdeu sua força; o leste Europeu está sendo democratizado; Fidel Castro está mais simpático com a Igreja evangélica; e tantas outras barreiras estão sendo quebradas e o evangelho se espalha em um mundo sem fronteiras, ou quase sem fronteiras, pois ainda existem impedimentos em alguns paises, como a Coréia do Norte, Indonésia e outros, mas o evangelho continua penetrando assim mesmo nos lugares mais longínquos do planeta. Podemos dizer que vivemos em um mundo sem fronteiras, mas a Igreja está muita lenta no cumprimento de sua missão. Os crentes estão investindo quase nada na obra missionária, a média entre os Batistas no Brasil, que é uma denominação missionária, é de pouco mais de 20,00 reais por ano, 1,66 reais por mês e com isso queremos alcançar o mundo. Infelizmente nossa visão missionária é muito pequena, pois esta quantia qualquer criança gosta por dia com chiclete e pipoca. A maior barreira para proclamação do evangelho em nossos dias é a não compreensão do sacerdócio de cada crente, ou seja, que a responsabilidade de levar a palavra de Deus é individual. É obrigação do discípulo anunciar a boa nova de salvação, como entendeu Paulo e o ensinou aos Corintios 9:16 “Pois se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta esta obrigação, e ai de mim se não anunciar o evangelho”. O avanço do evangelho no primeiro século se deu por causa da compreensão de cada convertido de sua responsabilidade de pregar a palavra. O texto nos sugere Missões em um mundo sem fronteiras desde o primeiro século do cristianismo. Impedimentos sempre existiram, mas foram vencidos pelos apóstolos e grandes pregadores da época. Paulo reconheceu que sofria a ponto de ser preso, mas que a palavra jamais está presa. Sua carta a Timóteo foi escrita, provavelmente de uma prisão romano, mas compreende que para o evangelho não há fronteiras, e sua alegria era compartilhar a mensagem através de cartas. Imaginemos hoje com a Internet.

I- Ensinos que podemos extrair do texto


Como crentes em Jesus Cristo, temos a responsabilidade de pregar. E Paulo diz: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é obedecer ao seu superior ou aquele que o arregimentou para a guerra” v.4. E nós somos soldados de Jesus, e fomos convocados para combater contra o pecado, contra as hostes espirituais da maldade que toma conta desse mundo, influenciando-o negativamente. Aqui na terra somos soldados do exército de Deus e fomos arregimentados para lutar. Nenhum soldado foi arregimentado para descansar, mas para lutar. Nosso Mestre continua a dizer: Portanto, ide, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” Mat 28: 19,20. Depois Paulo nos compara a um atleta. “O atleta não será coroado se não lutar segundo as normas” v.5. Existem regras para uma Olimpíada que precisam ser observadas, caso contrario, não há premiação. Neste mundo vivemos como os atletas de uma competição, precisamos nos exercitar e fazer bem o que aqui estamos para fazer. Qual é nossa missão, como Igreja de Jesus? Para que foi instituída a Igreja? Nossa missão é proclamar a mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Depois nos compara ao lavrador. “O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar os frutos” v.6. O agricultor sabe o quanto trabalha para ver os frutos de seu trabalho. Hoje há muita gente querendo colher onde não semeou, onde não plantou. Se queremos ter alegria de colher os resultados, precisamos semear a tempo e fora de tempo. Pois “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem dúvida com alegria, trazendo consigo os seus molhos” Sal 126:6 ou “Aquele que semeia pouco, pouco ceifará, mas o que semeia em abundancia, em abundancia também ceifará”. Ou “ Pela manhã lança a semente, a tarde não recolhas a tua mão, pois tu não sabes qual prosperará, se esta ou aquela”. Timóteo, considera o que acabo de dizer, conscientiza-te da responsabilidade que tens diante de Deus de anunciar esta palavra. Lembra-te que Cristo ressurgiu de entre os mortos e, esta é a mensagens que tens de pregar. Meu filho, é por causa deste evangelho que estou sofrendo até algemas, como um malfeitor; mas a palavra não está presa. É por causa desta palavra que eu suporto isto, para que muitos sejam salvos e recebam a vida eterna. A PALAVRA NÃO ESTÁ PRESA.

II- Em que sentido isso é verdadeiro

1-A palavra não está presa de modo que não venha tornar-se conhecida entre os povos. Pois “Se estes se calarem, as próprias pedras clamarão”. O nosso grande desafio é fazer Cristo conhecido de todos os povos e nações da terra. E só no Brasil temos 103 nações indígenas que ainda não conhecem Jesus; que ainda não compreenderam a mensagem do evangelho; e não há nenhuma barreira que precise ser quebrada; vivemos em um pais sem fronteiras. Algumas dificuldades há, mas não impedimentos. A Igreja evangélica brasileira está perdendo sua visão, está esquecendo sua razão de ser como Igreja. A Bíblia declara que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” Rom 10:13. Mas, “como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E, como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? Assim como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! 14, 15. 2-Nós podemos estar presos, mas a palavra não. Podemos lembrar de Pedro e João diante do Sinédrio; estavam presos e podiam ser soltos se parassem de pregar a palavra, mas responderam: “Julgai vós se isto é justo diante de Deus. Pois não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” Atos 4:18-20. Podemos lembrar de Paulo e Silas no cárcere de Filipos. Amarrados ao tronco e sendo açoitados, mas não deixaram de anunciar as boas novas de salvação aos presos e também ao carcereiro, Atos 16. E nos versos 30,31 quando o carcereiro gritou “ Que devo fazer para me salvar?” ali estavam eles com a resposta: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e será salvo, tu e tua casa”. 3- As Bíblias poderão ser queimadas, mas a palavra permanece. Houve uma época, pouco mais de 120 anos, em que os padres saiam de casa em casa para ver quem possuía Bíblias. Levaram centenas de exemplares e queimaram em praças públicas. Mas a palavra de Deus está viva até hoje. Agora estão adulterando as verdades contidas na Bíblia para confundir o povo, mas a palavra de Deus permanecerá. 4- Crentes poderão ser mortos, mas a palavra nunca. É só ler a história do cristianismo e encontraremos milhões sendo mortos, mas a palavra permanece até hoje. Onde está o Coliseu Romano que bebeu o sangue de tantos homens e mulheres? Só escombros. Com a morte dos cristãos não foi a morte da palavra. Quanto mais sangue derramavam, tanto mais pessoas se convertiam a Cristo. Por que? Porque esta palavra é a voz do Todo Poderoso e cria coragem nos corações em que habita. Muita gente anti evangélica está andando com a Bíblia na mão sendo enganados e enganando a muitos. O que adianta carregar e ler a Bíblia e não coloca-la em pratica na vida diária.

III- Os homens podem estar presos, mas a palavra não

A frieza dos homens não é a frieza da palavra de Deus. Você pode até ser um cristão frio, pode não sentir nada em seu coração, mas a palavra de Deus não é fria. Ela é mais cortante do que espada de dois fios. Os homens podem ser falsos, mas esta palavra continua e continuará sendo a verdade que liberta “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. As promessas contidas nesta palavra hão de se cumprir cabalmente, independentemente dos homens serem falsos ou não. A rejeição por parte dos incrédulos não é derrota da palavra. Você pode rejeitar o quanto quiser, mas isso não muda as verdades contidas nesta palavra. “Os céus e a terra hão de passar, mas as minhas palavras jamais passarão”, disse Jesus. Nos podemos estar presos, mas a palavra não. Paulo estava na prisão em Roma, mas disse: “A palavra de Deus não está presa”. Como podemos estar presos? 1- Presos no materialismo. Nos esquecemos que somos soldados de Jesus e que arregimentados para a guerra, nos esquecemos de nosso compromisso com Ele. E então nos envolvemos com as coisas deste mundo de tal maneira que não sobra tempo para Deus. Não é assim que muitos vivem hoje? Oferecem a Deus o resto de seus tempo, talentos e bens. 2- Presos no comodismo. Todos recebemos de Deus 24 horas por dia e fazemos o que achamos que é prioridade para nós. Temos tempo para dormir, ver televisão, passear, estudar, etc. Poucos encontram tempo para pregar o evangelho. Por causa da comodidade perdeu-se o senso de responsabilidade pessoal. 3- Presos na incredulidade. Falta-nos a fé para crer que o Senhor usa cada um como quer. Como estamos longe do exemplo daqueles apóstolos do passado? Paulo disse: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; ” Rom. 1:16. 4- Presos no desanimo. Como encontramos pessoas espiritualmente frias! Parece que estão morrendo! Precisamos atentar para a palavra que nos impulsiona a levantar e ir à luta. “Não tão mandei eu? Levanta-te e tem bom ânimo, pois eu serei contigo por onde quer que andares”. 5- Presos no pecado. Este é o problema de muita gente, que está presa a este mundo com suas concupiscências. Todo aquele que é atraído e engodado por este mundo, vive para esta vida, esquecendo-se da eternidade. Nós podemos estar presos, mas a palavra não. Por isso vivemos em um mundo sem fronteiras.

Conclusão

É hora de despertarmos do sono espiritual, e cumprirmos nossa missão de levar a boa nova de salvação até os confins da terra. Eu sei, que se dependesse de alguns que aqui se encontram, o evangelho nunca sairia das 4 paredes de suas casas. E também eu, que se dependesse de muitas Igrejas, o evangelho nunca sairia das 4 paredes de seus templos, e por isso estão morrendo; mas graças a Deus por aqueles que tem cumprido sua missão como bons soldados de Jesus Cristo, como atletas vencedores, como lavradores que colhem os frutos e assim o evangelho está sendo pregado por toda parte.

Pr.Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

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