A importância de se conhecer a Palavra de Deus

Texto: Juízes 11:1-40

Introdução

A maior oferenda oferecida a Deus por nós é saber que nada temos para oferecer e nos curvarmos com gratidão diante de Sua graça. Estamos diante de um texto/ fato que comove o nosso coração. Não consigo nem imaginar a dor que Jefté sentiu, ao vir correndo ao seu encontro, depois de uma batalha vitoriosa, sua filhinha, filha única. Pois ele havia feito um voto: Se o Senhor lhe desse a vitória, a primeira pessoa de sua família que lhe viesse ao encontro, seria sacrificada ao Senhor. E quando vai chegando em casa, vem correndo ao seu encontro a filha querida. Que dor deve ter sentido em seu coração? Nesta noite, Deus há de falar ao nosso coração, e precisamos entender que é indispensável o conhecimento da palavra de Deus se não queremos cometer erros graves em nossa espiritualidade. Jefté é filho de Gileade com uma prostituta pagã, foi deserdado e rejeitado pelos filhos legítimos, irmãos por parte de pai. Tornou-se um homem inflexível tanto para com seus inimigos, os amonitas, quanto para com seus irmãos, os Efrainitas, como para consigo mesmo, no tocante ao sacrifício de sua única filha. Jefté julgou Israel por 6 anos. Era um homem valente, trabalhador, e esforçado. Porém, a conjuntura familiar em que havia nascido o marginalizou. Na sua ficha era conhecido por todos como filho de uma prostituta. Infelizmente, preconceito é um problema muito antigo em nossa sociedade e muitos seres humanos são julgados em seus valores mediante alguns problemas que tiveram; problemas sociais, intelectuais, religiosos, etc. Todos nós, temos consciência do preconceito existente com pessoas de cor morena, analfabetos, ou evangélicos. Mas aquele homem marginalizado foi usado por Deus, e com sua vida aprendemos muitas lições:

I- O que Jefté não tinha?

1- Não tinha honra. “Era então, Jefté, homem valoroso, porém filho de uma prostituta” v.1. 2- Era marginalizado pelos seus irmãos e pela sociedade local. Seus irmãos o expulsaram de casa v.2. “Jefté, porém, perguntou aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiaste, e não me expulsaste da casa de meu pai?”v.7. 3- Não tinha casa. “Expulsaram Jefté e lhe disseram: Não herdarás na casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher” v.2. 4- Não tinha boas companhias. “Então Jefté fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tobe e homens levianos se juntaram a ele, e saíam com ele” v. 3. Ele tinha necessidade de ser aceito e encontrou em pessoas levianas aquilo que precisava. Um dos grandes problemas de nossa sociedade é a rejeição ou descriminação por parte da família ou da sociedade onde vivemos. E com isso milhares de pessoas estão encontrando apoio com os marginais, fora da lei, ou nos grupos de viciados em drogas e pessoas de má índole. Se uma pessoa não encontra amor e carinho entre os seus, encontrará entre pessoas levianas que o conduziram ao pecado. Esse é o problema número um de nossa sociedade.

II- O que Jefté tinha?

1- Capacidade de liderança. “E lhe disseram: vem e sê o nosso chefe, para que combatamos contra os Amonitas” v. 6. 2- Honra inerente a hombridade. “Porque pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto” v. 7b. 3- Coragem. “Homem valoroso…responderam os homens de Gileade: É por isso que tornamos a ti agora para que venhas conosco, e combatas contra os Amonitas, e nos sejas por chefe sobre todos os habitantes de Gileade” v. 1,8. 4- Ambição sadia. “Então Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me fizerdes voltar para combater contra os amonitas, e o Senhor nos entregar os amonitas, então serei vosso chefe” v.9. 5- Confiança no Senhor. “Se o Senhor mos entregar”v.9 “Assim possuiremos nós o território de todos quantos o Senhor, nosso Deus, desapossar de diante de nós” v.24b. 6- Tinha consciência da presença de Deus. “E Jefté falou todas estas palavras diante do Senhor em Mizpá” v. 11b. 7- Ele tinha conhecimento histórico do processo de conquista da terra. 14 a 22. Conhecia a história do povo de Israel, as conquistas do povo de Israel, as conquistas através de Josué. Etc. 8- Tinha conhecimento de seus direitos. “Assim o Senhor Deus de Israel desapossou os amorreus de diante do seu povo Israel; e possuirás tu esse território?” v. 23. Ele sabia que a terra pertencia a Israel, e avisou os amonitas sobre o direito de Israel. 9- Jefté cria na Justiça Divina. “Disse aos amonitas: Não fui eu que pequei contra ti; és tu, porém, que usas de injustiça para comigo, fazendo-me guerra. O Senhor que é Juiz, julgue hoje entre os filhos de Israel e os filhos dos Amonitas” v. 27. Nada escapa da justiça Divina “Não erreis: de Deus não se zomba; tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Crer na Justiça Divina nos dará tranqüilidade para viver, não precisamos estar ansiosos. 10- Teve experiência da plenitude do Espírito. “Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté de modo que ele passou por Gileade e Manasses, chegando a Mzpá e dali foi ao encontro dos amonitas” v.29. A plenitude do Espírito sempre foi dada para realização da obra de Deus, nunca aconteceu para outro fim. 11- Era fiel em sua palavra. “Logo que ele a viu rasgou as suas vestes e disse: Ai de mim filha minha, muito me abateste; és tu a causa da minha desgraça! Pois eu fiz um voto ao Senhor, e não posso voltar atrás” v.35. “Era ela a filha única; além dela não tinha filho e nem filha” v. 34b. E a menina disse: “Meu pai, se fizeste um voto ao Senhor, faze de mim conforme o teu voto, pois o Senhor te vingou dos teus inimigos” v.36.

III- Qual foi o pecado de Jefté?

O seu maior pecado foi não conhecer a Palavra de Deus, pois fez voto de sacrificar a primeira pessoa de sua casa que lhe saísse ao encontro ao voltar vitorioso, e esta foi sua filha única. Ele não voltou atrás e cumpriu seu voto, pois era homem de palavra. Apesar de conhecer as manifestações de Deus no processo da posse da terra, Jefté não conhecia a lei de Deus, pois a mesma é contraria ao sacrifício de pessoas. Essa prática era normal entre os povos pagãos, mas nunca entre os Hebreus. “Não oferecerá a Moloque nenhum de teus filhos, fazendo-o passar pelo fogo; nem profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor” Lev. 18:21. “Não farás assim para com o Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que Ele detesta, fizeram elas para com os seus deuses; pois até os seus filhos e suas filhas queimaram a seus deuses” Deut. 12:31. A lei de Deus era clara: “Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte aos mortos” Deut. 18:10, 11. O pecado de Jefté foi não conhecer a Palavra de Deus. E esse é o opecado que muita gente está cometendo hoje. Os que consultam os mortos….os que adoram Maria e outros crentes do passado….a Bíblia é veementemente contra esse tipo de religiosidade.

Conclusão

A história de Jefté nos ensina três coisas importantes: 1- Uma pessoa pode ter muitas virtudes e ser séria em seus compromissos e temente a Deus independente do contexto em que foi criada e onde vive. 2- Uma pessoa cristã, zelosa pelo reino de Deus, pode cair em graves pecados com conseqüências danosas na sua vida e de sua família quando ela não conhece a palavra de Deus. 3- Deus não vende sua benção. O voto não é obrigatório para se conseguir ajuda do Senhor, pois Ele nos dá tudo graciosamente. Tiago 1:5 “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura , e ser-lhe-á dada”. O voto que agrada a Deus é o cumprimento de Sua Palavra: “Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça a voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura…” I Sam. 15:22. O culto manifestado na pratica da vida cristã é melhor do que o sacrifício. “Rogo-vos, pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos como sacrifício vivo, santo, e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” Rom. 12:1.