O formalismo religioso e a prática da religião

Texto: Isaias 29:13 e Mateus 15:7-9

Introdução

Um dos erros mais comuns do ser humano tem sido sempre supor que o Deus vivo se satisfaz com um ato qualquer, como dizer uma oração, observar um jejum ir à Igreja, dar uma esmola ou praticar uma cerimônia qualquer. Os Judeus nos dias de Isaias, eram zelosos na observância das cerimônias e formas da religião, e supunham que por isso tinham o direito à complacência e bênçãos Divinas Daí, a censura do Senhor: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados ; nem folgo com o sangue de bezerros, nem de carneiros e nem de bodes” Is. 1:11. Basta que olhemos à nossa volta e veremos os efeitos da hipocrisia religiosa de nossos dias. Se andarmos pelas ruas da cidade e perguntarmos aos travestis e prostitutas a sua religião, irão dizer sem medo; no entanto, vivem uma terrível degradação moral e espiritual. Se você tiver a oportunidade de entrar em um presídio e perguntar a religião daqueles presos irão dizer com segurança, no entanto, entraram para o mundo do crime. Muitos deles estão com um crucifixo no pescoço. A degradação do romanismo tem sido assustadora, mas continua usando o nome de Deus e opondo-se aqueles que desejam com sinceridade pregar o evangelho de Jesus Cristo. Muitos de minha família morreram como alcoólatras e fumantes, acometidos de CA como conseqüência destes vícios, e alegavam ter aprendido isso dentro de suas próprias Igrejas. O evangelho poderia ter levado milhões de almas para o céu se não fossem as barreiras enfrentadas desde o descobrimento do Brasil e a mensagem enganosa que tem sido pregada desde o principio de nossa colonização, pois os verdadeiros brasileiros estavam aqui pelo menos, 9000 anos antes da chegada dos Europeus. Nós somos um povo que fomos enganados o tempo todo pelos lideres religiosos que aqui chegaram. E grande parte de nosso povo continua sendo enganado com uma mensagem que é contraria aos ensinos de Jesus. “O deus deste século continua cegando o entendimento das pessoas para que não entendam o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo”II Cor. 4:4. No Brasil temos “liberdade religiosa”; mas no Brasil há uma religião oficial apoiada pelo governo em todos os escalões. Até pouco tempo nossos filhos eram obrigados e no interior ainda o são, a estudar catolicismo romano nas escolas. Hoje, quando os pais são mais esclarecidos, tiram os filhos das salas de aula para que não se corrompam com essa maldita idolatria. Mas não consigo entender, que um país, onde ensina-se a não discriminação, ainda haja tanta discriminação para com os evangélicos. Eu me sinto discriminado quando entro em qualquer órgão público, e ali estão as imagens de “santos” do catolicismo, e isso acontece com hospitais, prefeituras, fórum, secretaria de segurança, detran, etc. E muitos de nossos irmãos ficam internados em enfermarias de hospitais públicos tendo que ficar na presença desses ídolos. Ou estudam em colégios públicos onde há estes ídolos por toda parte. Me sinto discriminado quando sou obrigados a guardar feriados de uma religião, e a maioria dos feriados de nossa nação são católicos. Me sinto discriminado quando verbas publicas, dinheiro de impostos que eu pago, é gasto aos bilhões para promover festas católicas em todo este pais, em homenagem a padroeiros e padroeiras dos municípios. Enquanto estas coisas não forem resolvidas não podemos dizer que não há discriminação neste país, começando pelas próprias autoridades. É uma vergonha, que no 3º milênio ainda tenhamos que passar por situações tão constrangedoras como essas e tantas outras! E que nossos representantes no governo sejam tão cegos que não consigam ver que está na hora de mudar. Além disso enfrentamos um crescimento de cristãos nominais, gente que diz crer em Jesus, mas que vive longe dEle, envolvido com toda sorte de mazelas. Não podemos esquecer dos ensinos do próprio Cristo “Nem todo que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do Pai que está nos céus” Mat. 7:21. Para ser um cristão é necessário assimilar muito bem a mensagem do Cristo.

I- Precisamos combater o formalismo religioso

O profeta Isaias recebeu a incumbência de denunciar os pecados da nação de Israel. O Senhor lhe ordenou: “Levanta a tua voz.. Clama em voz alta”. Teve ele a responsabilidade de exortar o povo a sair do formalismo religioso. Até o templo Deus permitiu que fosse destruído para que aqueles sacrifícios hipócritas fossem extintos de sua presença. O capitulo 1º de Isaias é a lamentação de um Deus que não suporta mais o formalismo religioso que aquele povo esta vivendo. Semelhante fora a mensagem dos demais profetas, todos levantaram a voz contra a falsa religiosidade. As vezes, traímos nosso Senhor com o tipo de pregação que fazemos. Em nome da ética deixamos de anunciar tantas verdades bíblicas que são fundamentais para que haja uma revolução espiritual. Todos os grandes pregadores da verdade revolucionaram o mundo de seu tempo, porque não tiveram medo de dizer aquilo que o povo precisava ouvir. É claro que isso custou muito caro para a maioria deles: Jeremias foi colocado no calabouço, esteve preso e amarrado ao tronco, como era o costume da época; Daniel foi colocado na cova dos leões e seus amigos na fornalha sete vezes aquecida; João o Batista teve sua cabeça colocada numa bandeja; Estevão morreu apedrejado; Paulo foi apedrejado e esteve preso; João foi exilado na ilha de Patmos; etc. Tudo por causa das verdades que foram ditas e que o povo não queria ouvir. Na verdade o povo não mudou; foram os pregadores que mudaram e a mensagem tem sido camuflada; são meias verdades. Por isso continua o crescimento do cristianismo nominal, formada de pessoas que não podem ter qualquer afronta ou dificuldade e negam a fé. Grande parte dos chamados cristãos desse tempo estão nas Igrejas em busca de bênçãos materiais e nada mais; maldita pregação essa da prosperidade, enganosa, que não faz discípulos. 1- O cristianismo ensina que a vida moral precisa estar em consonância com a vontade de Deus. Não vale o adágio popular de “Faça o que eu digo e não faça o que faço”. Nossa vida precisa estar de acordo com a mensagem que pregamos. 2- Precisamos praticar as obras de misericórdia que pregamos, ajudando ao necessitado e ao aflito. Não podemos olhar para nosso semelhante com indiferença, como se fosse uma coisa. Há pessoas há nossa volta! Sai pelas ruas e pergunte a religião desses que estão mendigando e eles dirão! Fazem parte de uma Igreja de uma religião que não os cuida, seus guias espirituais não estão interessados nas “ovelhas” desgarradas de seus rebanhos. 3- Precisamos praticar a humildade. O verdadeiro cristianismo de Jesus ensina a ser servo. O próprio fundador disse que “não veio para ser servido, mas para servir, e dar a vida por muitos”. 4- Precisamos praticar a santidade. O cristão não pode estar desassociado da palavra santidade, pois foi para isso que Jesus veio ao mundo, para nos possibilitar uma vida santa, separada do pecado. Por esses e tantos outros motivos precisamos combater o formalismo religioso enquanto ainda há tempo; pois amanhã poderá ser tarde demais para muitos que deixarão de viver aqui na terra e que partirão para a eternidade enganados como foi o rico da parábola. (O rico e Lázaro).

II- A necessidade da prática da religião

A prática da religião foi a razão de ser da pregação de Jesus. Basta que olhemos para o sermão do monte e ficamos deslumbrados da maneira como ensinou a pratica da religião. Em cada encontro que teve com pessoas religiosas tiramos lições maravilhosas para nossas vidas. Com Nicodemos falou sobre a necessidade de novo nascimento, mudança de vida; com a mulher Samaritana falou sobre a verdadeira adoração, que deve ser em espírito e em verdade, independente do local, a forma é mais importante do que o local. Com o jovem rico falou sobre a necessidade de priorizar Deus na vida, pois em seu coração estava o amor e dedicação as riquezas, e Jesus o aconselhou a vender tudo e dar aos pobres e dar seu coração a Deus. Com Paulo mostrou que o poder é Dele e não do homem, e que a sua religião era falsa, enganosa e opositora ao cristianismo e o transformou em um grande pregador. Falta-nos tempo para dizer, para comentar sobre a pregação de Jesus, mas em todas Ele abordou a prática da religião. Voltando a Isaias 58:1-11 lemos: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó os seus pecados. Todavia, me procuram a cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos; como se fossem um povo que praticasse a justiça e não tivesse abandonado as ordenanças do seu Deus! Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso? Por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis, que no dia em que jejuais…… jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fará ouvir no alto. Seria esse o jejum que eu escolhi, o dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste, porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor? Acaso não é esse o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desamparados, que, vendo o nu, o cubras….Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a gloria do Senhor será a tua retaguarda. Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui! Então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia. O Senhor te guiará continuamente, e te fartará até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam”. Esse é o resultado da pratica da verdadeira religião. Pois a religião deles não os levava a amar a Deus e ao próximo, porque ousavam censura-lo, acusando-o de injusto; Não amavam ao próximo, porque o oprimiam e não o socorriam nas suas necessidades e aflições. Faltava-lhes, portanto, o essencial – o amor – que é o cumprimento da lei. Ezequiel apresentou isso como razão porque Jerusalém foi ferida 33:31, 32. “E eles vem a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como o meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem em prática; pois com a sua boca professam muito amor, mas o seu coração vai após o lucro. E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem em prática”.

III- A recompensa da religião praticada

Se observassem os preceitos de Deus com sinceridade, se traduzissem seus cultos em atos, Deus os abençoaria, e eles teriam luz acima deles; saúde dentro deles; guia em sua frente e proteção atrás. Isto é: A observação dos ensinos da palavra de Deus seria uma espécie de guia em suas vidas, e a gloria do Senhor os protegeria como uma coluna de nuvem e de fogo que acompanharam os Israelitas no deserto. Isso quer dizer que enquanto o homem permanece no pecado, Deus não o ouve. “Então, a mim clamarão, mas eu não responderei; diligentemente me buscarão, mas não me acharão. Porquanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor do Senhor; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão” Prov. 1:28-30. As benção do Senhor são continuas para aqueles que lhe obedecem. “Serão como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam” Is. 58:11. Ou como prometeu o próprio Jesus. “Quem crê em mim, como diz a escritura, do seu interior correrão rios de águas vivas” João 7:38. Ou aquele passo Bíblico de sua entrevista com a Samaritana: “Quem beber desta água, tornará a ter sede; mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, pelo contrário, a água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de água que salta para a vida eterna” João 4: 13, 14.

Conclusão

Sejamos praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-nos a nós mesmos. Pois o que não é praticante é comparado ao homem insensato que construiu sua casa sobre a areia. Precisamos ouvir a voz do divino Mestre: “Resplandeça a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso pai que está nos céus” Mat. 5:16. Sede meus imitadores como eu sou de Cristo; Sede perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito; Sede praticantes da palavra e não meros ouvintes, enganando-vos com falsos discursos; Sede exemplos dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza; Sede fiéis até a morte…

Pr. Cirino Refosco

One Response to “O formalismo religioso e a prática da religião”

  1. Sejamos praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-nos a nós mesmos. Pois o que não é praticante é comparado ao homem insensato que construiu sua casa sobre a areia. Precisamos ouvir a voz do divino Mestre: “Resplandeça a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso pai que está nos céus” Mat. 5:16. Sede meus imitadores como eu sou de Cristo; Sede perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito; Sede praticantes da palavra e não meros ouvintes, enganando-vos com falsos discursos; Sede exemplos dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza; Sede fiéis até a morte…

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