O segundo mandamento

Texto: Êxodo 20: 1-6

Introdução

Acho difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar nos DEZ mandamentos. Eles estão escritos de forma original na Bíblia Sagrada, Êxodo 20 e deuteronômio 5 e comentados ou interpretados em todo Pentateuco. Há um entrelaçamento entre os primeiros dois mandamentos. O primeiro fixa o único objetivo de culto e proíbe o reconhecimento de outros deuses diante do Senhor; ao passo que o segundo mandamento fixa a forma, o modo de culto, que não deve ser através de símbolos, de imagens. O primeiro condena a idolatria politeísta; o segundo condena a idolatria monoteísta ou o culto a deus por símbolos. Assim diz o segundo mandamento, conforme a tradução da vulgata, pelo Padre Antonio pereira de Figueiredo, aprovada pelo arcebispo da Bahia e pela Rainha D. Maria em 1842, com a consulta do patriarca Arcebispo eleito de Lisboa: “Não farás para ti imagem de escultura, e nem figura alguma de tudo o que há em cima do céu, e do que há em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás e nem lhes darás culto. Porque eu sou o Senhor teu Deus, Deus forte e zeloso que vinga a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e que usa de misericórdia até mil gerações com aqueles que me amam e guardam os meus preceitos”. Roma explica o texto dizendo que ele proíbe imagens de deuses falsos, pagãos e não dos santos…. Ora, o mandamento é claro: “De tudo o que há no céu, na terra e debaixo da terra…”. No céu não há deuses falsos ou pagãos, só os santos que viveram neste mundo, nossos irmãos em Cristo. O texto proíbe também fazer imagens da Divindade, de Jesus. É tão importante este assunto, que o grande Legislador, recomendando ao povo os deveres e obrigações para com Deus, assim se expressa: “Guardai, pois com diligencia, as vossas almas; pois, semelhança alguma vistes no dia em que o Senhor vosso Deus, em Horebe, falou convosco no meio do fogo, para que não vos corrompêsseis e façais alguma escultura, semelhança de imagem, figura de macho ou de fêmea; figura de algum animal que haja na terra; que não levanteis os vossos olhos aos céus e vejais o sol, a lua e as estrelas, todo o exército dos céus e sejais impelidos a que vos inclineis perante eles…”. A proibição é tão veemente, que o Senhor chega mesmo a amaldiçoar aqueles que fazem tais coisas.

I- Vejamos outros textos bíblicos que confirmam este mandamento:

1- Paulo disse que os adoradores de imagens não herdarão o reino de Deus. I Cor. 6:9, 10 2- Diz ainda que os que prestam culto às imagens, têm sociedade com os demônios. (I Cor. 10: 19,20. 3- João escreve que aos idolatras está reservado o lago que arde com fogo e enxofre, e que é a segunda morte. (Apoc. 21:8 e 22:15). 4- “Maldito o homem que fizer imagem de escultura ou de fundição, abominação do Senhor, obra da mão de artífice”. (Deut. 27:15). 5- “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor, às imagens esculpidas” (Isaias 42: 8). 6- “Nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar” (Isaias 45:20b). 7- “Não fareis para vós ídolos, nem levantareis imagens de escultura, nem estátua; nem fareis pedra figurada na vossa terra para inclinar-vos a ela: porque eu sou o Senhor vosso Deus” (Lev. 26:1). 8- “Naquele dia, o homem lançará às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem” (Isaias 2:20). Há centenas de outros textos que tratam do assunto… Tão tremendo foi o castigo sofrido pelo povo Judeu, por causa da idolatria que, depois do cativeiro de babilônia, nunca mais adotou o culto idólatra.

II- Opinião de autoridades da Igreja sobre o assunto

Os pais da Igreja muito lutaram contra a tendência dos pagãos convertidos, que queriam introduzir na Igreja imagens dos santos. 1- Lactancio dizia: “Onde há imagem, não há religião” 2- Orígenes, célebre doutor da Igreja, dizia: “Pessoa sensata não se rirá de um homem que olha para as imagens e lhes dirige oração” 3-Erasmo, sábio sacerdote do século XV, escreveu: “Até ao tempo de São Jerônimo (Ano 400), aqueles que professavam a verdadeira religião não consentiam nas Igrejas imagens, nem pinturas, nem mesmo a pintura de Cristo. É um fato de superstição prostrar-nos diante de uma imagem, falar-lhe, beija-la e olhar para ela intencionalmente; mas não somente isso, como orar diante dela” (Erasmo, Tomo V, pág. 1187). 4- Henrique Cornélio Agripa, sacerdote católico romano de grandes e variados conhecimentos, diz: “Os costumes corrompidos e a falsa religião dos gentios corromperam também a nossa religião, introduzindo na Igreja imagens e pinturas com muitas cerimônias de uma pompa externa, sendo que nada disso se via entre os primeiros e verdadeiros cristãos” (cap. 57 pag. 105).

III- Pareceres de vários concílios

Nesses concílios eram tomadas as decisões mais importantes da Igreja cristã. 1- O concilio de Elvira, em 305, proibiu a prática da idolatria. 2- O concilio de Constantinopla, em 754, assistido por 438 bispos decidiu o seguinte: a)- Que todo o culto prestado às imagens era contrário às escrituras e às doutrinas da Igreja; b)- que o culto às imagens era idolatria; c)- que o uso das imagens nas Igrejas era um costume tomado dos pagãos; d)- que era de uma tendência perigosa, e, portanto, devia ser abolido, como mandava que o fosse. 3- O concilio de Frankfort, convocado por Carlos Magno e composto de 300 bispos, proibiu o culto às imagens. 4- O concilio de Constantinopla, 816, condenou o culto das imagens e decretou que, nas Igrejas, não se consentissem imagens, nem pinturas. 5- O concilio de Paris, 825, declarou gravíssimo erro dizer-se que, pelas imagens, se poderiam obter certos graus de santidade. 6- O concilio de Trento, século XVI, Itália decidiu: “Toda a superstição, pois, a invocação dos santos, veneração das relíquias e sagrado uso das imagens – seja tudo isso extinto”. Pág. 355. Decisões da Igreja. O primeiro erro foi a mudança no governo da Igreja, no inicio do 3º século e com isso a regeneração batismal e batismo infantil; no 4º século vem a união com o estado e o ato de perseguição aos que não aceitassem; no 5º século o papado foi oficializado e teve inicio a Mariolatria e o batismo infantil se torna obrigatório; no 6º século começa a venda de indulgências; no 7º século é cria-se o purgatório e no 8º a adoração de santos e imagens; no 9º século ouve divisão católicos romanos e ortodoxos; 10º comunhão infantil; 11º transubstanciação; 12º celibato; 13º confissão auricular, inquisição, proibição da Biblia; etc. Em todos os séculos, desde Cristo, sempre existiram igrejas fiéis e verdadeiras que pagavam com a própria vida a sua profissão de fé. Tanto existiam que só na idade média foram assassinados, pela ordem dos papas, mais de 50 milhões de crentes fiéis às escrituras e que eram tidos como hereges pela Igreja romana, assim como o faz até hoje. Quem segue a Bíblia está errado e quem segue o papa está certo.

Conclusão

Pelo culto espiritual o homem se eleva da terra ao céu, se põe em comunhão com o Deus criador, e assim o nosso espírito se identifica com Ele pela comunhão do pensamento e do coração… Amigo, tua alma está enferma, está em perigo! Em nome de Jesus abandone toda e qualquer idolatria a atira-te nos braços de Cristo, atendendo sua palavra, como disse à mulher Samaritana: “Mulher, a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram, o adorem em Espírito e em verdade” João 4: 23, 24.

 

Pr. Cirino Refosco
cirinorefosco@pibja.org

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