Testemunhos da Divindade de Jesus em sua morte

Mateus 27:45–56

Já sabemos que a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus. É necessário ter conhecimento antes que alguém creia. A fé sem o conhecimento é instável, como a onda do mar ou as nuvens que são levadas pelo vento.

Em nossa meditação anterior, vimos o testemunho da Divindade de Jesus através das promessas do velho testamento e a descrição das qualidades de seu caráter e do seu ministério. Com isso abordamos as profecias de Isaias sobre o nascimento e morte de Jesus e o seu cumprimento nos evangelhos. Depois destacamos os testemunhos de sua divindade através de seu poder sobre a natureza, os demônios e as enfermidades. Como Jesus foi maravilhoso em tudo que fez!

Agora queremos gastar alguns minutos analisando alguns testemunhos de sua divindade por ocasião de sua morte.

I – As trevas testemunharam a Divindade de Jesus.

“Desde a hora sexta até a hora nona se difundiram trevas sobre toda a terra”. Isto é, de 12 às 15 horas a terra esteve envolvida em densas trevas.

Alguns tentaram explicar o fenômeno como um eclipse natural do sol. São apenas uns pobres cientistas sem fé, que ao fundo do mar da ignorância para tentar anular as manifestações do poder de Deus. A evasiva é fruto do ceticismo que não quer admitir a evidencia dos fatos, que realmente aquelas trevas eram o testemunho divino proposital para o momento em que estava sendo crucificado o Filho de Deus.

1 – Que não podia ser um eclipse do sol é evidente, pois tal fenômeno é impossível em ocasião de lua cheia. Conclusão da própria ciência. E era lua cheia.

2 – Ainda mais, o evento não tinha conexão alguma com o terremoto subseqüente (v.5) como supõe alguns exegetas.

3 – O importante é que este fenômeno coincidiu com os sofrimentos agonizantes do Salvador do mundo, tornando-se assim um sinal de que toda a natureza simpatizava com o Salvador e deu sinal de rejeição àquela atitude dos homens.

Euzébio, historiador, cita Phlegon, escritor contemporâneo ao imperador Adriano, como tendo dito que no ano 14 de Tibério Cezar (ano em que morreu Jesus) “Teve lugar o maior escurecimento do sol de que se tem conhecimento, de maneira tal que se fez noite ao meio dia e as estrelas apareceram no céu”.

São Crisóstomo considerava essas trevas como sinal da ira de Deus pelo crime dos Judeus em terem crucificado Jesus. As trevas foram especialmente para proveito do mundo incrédulo. Era a demonstração de que Cristo era a LUZ do mundo, e de que sem Cristo, o mundo está nas trevas.

II – O rompimento do véu no templo testemunha a Divindade de Jesus.

1 -Este acontecimento ocorrido por ocasião da morte de Jesus, estava também intimamente ligado com o seu significado, contendo profunda e abençoada lição. O véu era uma cortina que separava o lugar “santo” do “santo dos santos”. O véu tinha por fim separar o lugar santíssimo, onde Deus se revelava de um modo todo especial, e onde entrava, só uma vez por ano o sumo sacerdote para oferecer sacrifícios por si mesmo e pelos pecados do povo. Heb. 9:7.

Mas… agora o véu rasgou-se, no momento da morte do salvador, e evidentemente, pela interferência divina…. eis que desde então, o solene ritual do “grande dia da expiação” já se havia cumprido no sacrifício perfeito da cruz. Tais ritos não eram mais necessários para levar o pecador à presença de Deus. Deus mesmo abriu o caminho para o mais santo lugar. Não mais se faz necessário a intervenção sacerdotal dos homens. Desde então abriu-se o caminho para todos terem comunhão com Deus, oferecendo sacrifícios espirituais, pela fé no sangue de Jesus. Heb. 10: 19-22. Agora todos que aceitam o sacrifício de Cristo podem comparecer diante de Deus e manter comunhão com Ele, sem intervenção de sacerdotes humanos.

2 -Roma precisa aprender essa grandiosa lição. O seu sistema sacerdotal , a sua doutrina da repetição do sacrifício de Cristo – a missa – sem atitudes sem mérito. Cristo, e só Cristo, na nova aliança, é o Sumo sacerdote. Só Ele é o intercessor entre Deus e os homens. II Tim. 2:5.

Por ter sido um sacrifício perfeito, não se repete, foi feito uma só vez para sempre. Temos acesso ao Pai pela porta da fé em Jesus.

III – O terremoto tetemunha a Diveindade de Jesus.

“Tremeu a terra e partiram-se as pedras” Treme a terra como de horror, ante o drama terrível do calvário. Esse terremoto significa duas coisas:

1 – Um protesto contra a horrível perversidade dos Judeus, daqueles que crucificaram Jesus. Era o testemunho vivo da inocência daquele que era perseguido pela maldade horrorosa dessa humanidade brutal, cruel, vil, torpe, ingrata, imunda, arrogante, embrutecida, idólatra e satânica. Era o testemunho da reprovação divina contra os golpes da impiedade contra o santo, justo e bom. A terra tremeu, como se ela temesse abrir sua boca para receber o precioso sangue de Cristo!

2 – O glorioso fim da Cruz de Cristo! Este terremoto representava a vitória de Cristo sobre os poderes infernais. Esses sinais maravilhosos do poder invisível, não só autenticavam a divindade do Mestre, como atestavam o tremendo poder que teria a morte de Jesus na vida moral das pessoas – e a poderosa mudança que isso causaria na ordem espiritual do mundo.

IV – A abertura dos túmulos testemunha a Divindade de Jesus.

Isso representava uma grande mobilização no próprio reino dos mortos. Isaias 14:9-13. “Abriram-se os túmulos, e muitos corpos de santos, já falecidos, foram ressuscitados; e saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos”. Os Judeus costumavam sepultar os seus mortos em cavernas naturais ou cavadas nas rochas… nos morros e penhascos visinhos a Jerusalém havia grande numero dessas grutas…. Este milagre encerra três grandes verdades:

1 – A confirmação, pelo mundo dos mortos e dos vivos que Jesus é Divino.

2 – A garantia de nossa ressurreição prometida por Jesus.

3 – Uma prova da ressurreição de cristo. “Cristo foi as primicias dos que dormem. I Cor. 15:20. Só depois de sua ressurreição que os mortos se levantaram. Esses “santos” eram os fiéis servos de Deus que antes da vinda de Cristo creram em um salvador que havia de vir, tais como Simeão, Ana, Isaias, etc. Ao certo, essa ressurreição parcial foi, e é uma demonstração irrefutável de que Cristo, pela sua morte, venceu realmente a morte e abriu a porta para a vida eterna.

V – Algumas pessoas que lá estavam testemunharam a Divindade de Jesus.

1 – Do centurião e dos soldados. Foram eles os encarregados da crucificação de Cristo. Aterrorizados pelos fenômenos estranhos que haviam presenciado, viram-se obrigados a reconhecer e confessar que Jesus era aquilo mesmo que Ele dizia ser “O filho de Deus”. Verdadeiramente ele é o filho de Deus! E o chefe (centurião) disse: “Na verdade este homem era Justo”. A tradição diz que este centurião tornou-se um seguidor de Jesus, pregou esta fé e morreu martirizado.

2 – Das mulheres. “Estavam ali muitas mulheres, observando de longe, as quais desde a Galiléia tinham seguido a Jesus”. Não era permitido às mulheres aproximarem-se de Jesus por causa da guarda dos soldados. Constantemente lembramos dos 12 que acompanharam a Jesus, mas raras vezes recordamos estas mulheres que fielmente o acompanharam em todas as suas perseguições, que o confortavam e o animavam com a sua presença e lhe ministravam o necessário. Não o abandonaram nunca, nem mesmo quando todos os discípulos o deixaram e fugiram. Ali estavam Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e a mulher de Zebedeu.

3 – Do ladrão da Cruz. “Este nenhum mal fez” E depois repreendeu seu companheiro dizendo: “Tu nem temes a Deus”. Este homem suplicou a Jesus: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino” ao que Jesus respondeu: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Que diálogo proveitoso. Um ladrão arrependido creu em Jesus Cristo. Realmente, quem pode permitir a entrada de alguém no céu, senão Deus? Jesus é Deus, e até nos últimos instantes de sua vida asseverou que a vida eterna depende dEle.

Com a morte e ressurreição de Cristo temos direto acesso a Deus. O véu rasgado abriu o caminho para nossa comunhão direta com Deus, mediante a fé no sangue remidor de Cristo.

Mas Cristo ainda hoje está sendo crucificado pelos que o rejeitam; mas o testemunho divino de Sua palavra ainda faz tremer a terra; revelar o pecado da humanidade; comover corações; rasgar o véu dos mistérios e, ressuscitar mortos espirituais.

Estamos, porém, diante do Cristo vivo e só a duas resoluções a tomar: Rejeita-lo ou aceita-lo. O que fará você?

Pr. Cirino Refosco
cirinorefosco@gmail.com

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